Ismael
Iladin[1]
(Graduado em Letras pela Universidade Estadual
do Oeste do Paraná, Unioeste, com especialização, pela mesma instituição, em
Língua, Literatura e Ensino; Mestrando em Letras – campo de concentração
linguagem e sociedade, linha de pesquisa Literatura, memória, cultura e ensino
– também pela Unioeste. Atualmente atua como professor na rede estadual de
educação básica, ministrando a disciplina de Língua Portuguesa).
[1] Mestrando (ano do ingresso 2022) do
Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste), câmpus de Cascavel, Paraná. E-mail: ismael.iladin@escola.pr.gov.br.
RESUMO
A imagem em
movimento sempre esteve intimamente ligada às experiências do aluno e, apesar
disso, os gêneros audiovisuais sempre foram marginalizados, exercendo papel
secundário nas pautas das escolas, ainda que o aluno do século XXI mantenha
contato diuturno com as tecnologias e com as redes sociais que privilegiam a
imagem e o filme. Por essa razão que, no presente
trabalho, propor-se-ão reflexões acerca de encaminhamentos
didático-metodológicos relativos à produção do gênero documentário como uma
proposta de aplicação para o ensino médio, arguindo em favor da importância do
trabalho com o audiovisual no ensino-aprendizagem. Assim, serão pormenorizadas
ações relevantes para o desenvolvimento das atividades, tais como: a)
observação de documentários consagrados ou não; b) análise
crítico-interpretativa; c) reflexões de ordem técnica envolvendo a gramática
audiovisual; e d) produção. A finalidade
de nossas reflexões consiste em promover contato com uma proposta de aplicação
relacionada ao documentário, relatando episódios frutíferos e infrutíferos ao
longo da jornada didático-metodológica experimentada em algumas classes.
Trata-se, apesar dos entraves que sempre florescem em qualquer metodologia, de
uma experiência didática que traz, no bojo dos encaminhamentos, elementos
importantes para a escola contemporânea, quais sejam o trabalho com as
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) e também com o gênero
discursivo multimodal, que envolve, por assim ser, múltiplas linguagens. Proporemos,
também, apontamentos relacionados ao caráter social, tanto no que concerne à
relação do estudante com a escola, como também na relação daquele com a
sociedade. Ou seja, como tratar indivíduos socialmente desiguais em um espaço
que se quer democrático e inclusivo? Ou como o estudante, de escola pública,
observa seu entorno de maneira crítica e traduz sua realidade em forma de arte?
É com base nessas inquietações que o documentário pode ser um subterfúgio, não
apenas para o exercício reflexivo do indivíduo com sua realidade, mas também
para o professor com a sua comunidade escolar.
Palavras-chave: documentário; realidade; linguagem audiovisual.