Danilo Arnaldo Briskievicz
Professor do IFMG campus
Santa Luzia. Doutor em Educação. E-mail: doserro@hotmail.com
Resumo:
Diferenciamos dois tipos de discursos do mundo atual: o científico e o político
a partir da leitura do livro de Hannah Arendt, A condição humana. Problematizamos a relevância do discurso
científico e sua contradição com o discurso político. Analisamos o conflito
entre política e ciência delimitando o tema em três eixos norteadores: o
primeiro trata do páthos da
eliminação do discurso e da ação pelas teorias científicas herdeiras da crise
do mundo moderno em que politicamente, o problema da redução do valor da ação
no espaço público para a solução dos conflitos humanos, em que há uma
diminuição no reconhecimento da importância do discurso e da presença no mundo
comum, afeta o destino das comunidades. O segundo eixo trata da indistinção
moderna – teórica e prática – entre ação e processo, ou seja, entre política e
ciência, ou dito de outra forma, entre a ação e a fabricação. A polarização
entre essas duas dimensões da vita activa
nos situa no problema atual que é a tentativa de agir sem pensar, sem julgar e
sem querer porque estamos automatizados como máquinas sociais condicionadas. O
terceiro eixo trata de esclarecer o que, de fato, para Arendt, é a atividade da
ação, que faz do homem um ser político. Dessa forma, apresentamos a solução da
irreversibilidade e da imprevisibilidade da ação no ponto de vista arendtiano a
fim de esclarecer que o discurso científico é processual e ligado à fabricação
enquanto que a ação é o fundamento da teoria da ação arendtiana.
Palavras-chave: Ação. Fabricação. Ciência. Política. A condição humana.