Guilherme
Marchiori de Assis
Doutor em
História Social das Relações Políticas. Instituições: Universidade de Coimbra e
Universidade Federal do Espírito Santo. Mestre em História Social das Relações
Políticas pela Universidade Federal do Espírito Santo. Professor universitário.
E-mail: guilherme1marchiori@gmail.com
Resumo: O artigo se inscreve na relação entre a História e
o Direito, buscando avaliar de que forma um indivíduo específico, sua
trajetória e sua teia de relações e significados sociais nos informam sobre as
transformações nas instituições seculares tal a Igreja Católica no Portugal do
Setecentos. Seu personagem central é o jesuíta italiano Gabriel Malagrida,
religioso de grande influência na corte de D. João V, cai em desgraça na corte
subsequente, qual seja, a de D. José I (1750-1777), sofrendo pesado processo
sob o Tribunal da Inquisição do qual saiu sentenciado à morte. Importa afirmar
que durante o desenvolvimento do processo inquisitorial o personagem
desenvolveu uma demência que mesmo sendo rejeitada pelo inquisidor José Barata
de Lima, pode ser comprovada nos autos do aludido processo, após o exame
paleográfico por nós empreendida. Utilizamos para o caso a obra de Philippe
Pinel, Tratado médico-filosófico: sobre a alienação mental ou a mania,
que nos auxilia a compreender melhor o contexto e a deficiência mental do
personagem analisado. Alusões ao Tratado de Sigmund Freud, em alguns pontos
específicos, também serão úteis.
Palavras-chaves: História do Direito; Inquisição Portuguesa;
Doença mental.