Tatiane
Dantas Martins Robles
Mini currículo da autora: Professora de Português como
Língua Estrangeira e Cultura Brasileira, Mestra em Educação Universitária e
Gestão educativa, com pós-graduação em Gestão Educacional, pós-graduação em
Neuropsicopedagogia e pós-graduação em Educação 4.0, atuando em Lima, no Peru.
contato.tatianedantas@gmail.com
Resumo: A gastronomia é
considerada um forte elemento cultural, a alimentação faz parte da alma de um
povo, a comida pode ser considerada não apenas como um meio de identificação e
de pertencimento, portanto podemos utilizar esse sentindo tão poderoso e unir a
gastronomia e a comunicação, para desfrutar de um processo de ensino e
aprendizagem, despertando os cinco sentidos, ativando o cérebro a novas
experiências prazerosas que são a arte de aprender e comer. Através da
alimentação e do ato de comer podemos encontrar uma ponte de ligação entre os
valores e a cultura, assim produzindo novos significados relacionados com a
identidade de um povo, mas também que mediante dos hábitos alimentares do
convívio social, podemos trazer dentro das nossas aulas um momento de
intercâmbio cultural. A gastronomia vem carregada de aspectos históricos,
sociais e econômicos nas diversas situações em que aparece, estando
relacionadas ao cotidiano e aos costumes dos brasileiros. No ensino de
Português como Língua Estrangeira PLE, podemos abordar temas sobre o patrimônio
cultural, recursos turísticos, gêneros textuais e como conteúdo
sociolinguístico, além de estimular habilidades como: compreensão leitora e
auditiva, através de áudios e vídeos, produção escrita através dos exercícios e
material apresentando, produção oral, através do diálogo e o paladar através da
degustação dos pratos elaborados pelos alunos, assim promovendo a confiança
para se comunicar em português, permitindo maior fluência e desenvolvimento na
língua-alvo. É possível cogitar novas formas de inserir a gastronomia
brasileira em aulas de português para estrangeiros, tendo em vista que os
aspectos da cultura do Brasil estão inseridos em sua língua; esta, por sua vez,
mostra um universo além da estrutura linguística e mantém os costumes e
história, abre também espaços de manifestações culturais e linguística, é
preciso adicioná-la às aulas de PLE, especialmente se os aprendizes da língua
estiverem em situação de não imersão, uma vez que o preparo ou busca de pratos
típicos fica facilitado o caminho de aprendizagem. Ao adquirir competências
numa língua estrangeira, o aprendente acede à matriz cultural dos seus
falantes, a dinamicidade no ensino de PLE fará com que aspectos
linguístico-culturais sejam aprendidos e apreendidos pelo aluno, o que
desenvolve de modo mais completo o conhecimento geral sobre o idioma, bem como
modifica para melhor a experiência em sala de aula. A receptividade e o
interesse do aprendiz de português devem ser construídos e/ou ampliados por
meio de mostras culturais não somente visíveis, mas também palpáveis (e
palatáveis). Neste artigo quero detalhar algumas das experiências da união
entre ensinar língua, cultura e gastronomia brasileira, nas cinco regiões do
Brasil, em uma instituição governamental em Lima, no Peru.
Palavras-chave: Gastronomia. Cultura.
Português. Linguística.