DOI: 10.5281/zenodo.6551750

 

Enéas Machado

  Doutor em Educação: Políticas e Processos de Formação e de Profissionalização Docente, pela Universidade Católica de Santos (UNISANTOS), Santos (SP). Mestre em Educação: Ensino Fundamental, pelo Centro Universitário Monte Serrat (UNIMONTE), Santos (SP). Integrante do Grupo de Pesquisa da Universidade Católica de Santos/CNPq - Instituições de Ensino: Políticas e Práticas Pedagógicas. Professor de Ensino Fundamental I – Magistério (SEDUC Cubatão). Supervisor de Ensino (SEDUC Santos).

 

RESUMO

O conhecimento pós-moderno traz no bojo questões matizadas na perspectiva das linhas (SANTOS, 1997, 2007, 2009). À vista disso, processos impiedosos de inculcação ideológica engendram manipulação e controle para a dominação (BOURDIEU, 1989). Processos que impedem de perceber as possibilidades na construção dos conhecimentos, para além da linha estabelecida (GOMES, 2012) como hegemônica. Desse modo, o conhecimento pós-abissal, vislumbra um currículo que engendra pontes, capturando a ecologia de saberes. O currículo (APPLE, 2001, 2006; CALDAS, 2016; GANDIN, 2011; LIMA, 2011; MOREIRA, 2007; PEDRA, 1997) necessário é aquele que considera a cultura, as intersubjetividades e as relações sociais no processo epistemológico: suas relações e implicações. A ação de solapamento das demais epistemologias e suas culturas implicaram no intitulado epistemicídio. Isto posto, as linhas radicais (GOMES, 2012; SANTOS, 2009) cindem a sociedade em dois universos distintos: o hegemônico e o contra-hegemônico. O presente estudo revisita os conceitos da ideologia imposta pela classe dominante às demais classes bem como suscita tensionamentos possíveis (SOUSA FILHO, 2011) entre regulação e processos emancipatórios (FREIRE, 1987). O sistema de ensino se mostra socialmente injusto e inadequado (CHARLOT, 2016) aos despossuídos, produzindo o sentimento de desamparo e exclusão. Este mesmo sistema de ensino reforça um saber elitista aos bem nascidos – uma verdadeira perversão aos menos abastados. Dessarte, a educação é uma blindagem necessária contra os processos de alienação em direção à autonomia dos sujeitos, na superação da cultura de dominação por intermédio de um currículo que produz pontes, conexões ou imbricamentos.

Palavras-chave: Inculcação ideológica. Alienação. Emancipação. Autonomia. Resistência.