Alexandre
Ferraz da Conceição
Professor da educação básica privada.
Licenciado em Ciências Biológicas e Mestrando em Educação pela Universidade do
Vale do Rio dos Sinos. E-mail: alexandreferrazconceicao@gmail.com
Isabel
Aparecida Bilhão
Professora e pesquisadora dos Programas de
Pós-Graduação em Educação e História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: ibilhao@unisinos.br
Resumo: O artigo apresenta aspectos da trajetória de vida de uma professora da
Educação Básica, atuante na cidade de Montenegro, no estado do Rio Grande do
Sul, ligados a proposição e a manutenção de um projeto escolar intitulado
Kizomba – festa da consciência negra, desenvolvido de 1988 a 2002. Busca-se,
por meio da História Oral, identificar e analisar possíveis inter-relações do
processo de autoidentificação e do estabelecimento de pertencimento
étnico-racial da professora, com seu engajamento na promoção desse projeto
escolar que valorizava a história e a cultura afro-brasileira e africana. Tal
atuação é observada no interior de um contexto mais amplo de redemocratização
política do país, ao longo dos anos 1980, no qual as ações do Movimento Negro
contribuíram para o desenvolvimento de diversas formas de reconhecimento e
valorização da população negra brasileira.
Pretende-se compreender como esse projeto, que se expandiu para além da
instituição escolar, ensejou a participação da professora em outros âmbitos e
ações estaduais e municipais ligados à valorização da negritude. Procuramos,
dessa forma, contribuir, a partir de um exemplo local, para a ampliação do
conhecimento sobre a história das ações escolares que podem ter colaborado para
a constituição de uma cultura nacional de valorização da educação para as
relações etnicorraciais e antirracista em períodos anteriores à Lei
10.639/2003.
Palavras-chave: Consciência Negra. Projeto Escolar. Trajetória de vida. Kizomba.