💢 Artigo em PDF
Ieda Cicotti de Jesus
Pedagoga, acadêmica do curso
de Pós-graduação lato sensu em Docência (IFMG - Campus Arcos). E-mail: iedacicotti@gmail.com
Rudvan Cicotti Alves de Jesus
Biólogo Licenciado,
acadêmico do curso de Pós-graduação lato sensu em Docência (IFMG - Campus
Arcos). E-mail: cicottijesus@gmail.com
Viviane Lima Martins
Doutora em Comunicação e
Semiótica, licenciada em Letras, docente do curso de Pós-graduação lato sensu
em Docência (IFMG - Campus Arcos). E-mail: viviane.martins@ifmg.edu.br
RESUMO
Este é um
artigo de revisão da literatura que irá discutir a ação reflexiva da inclusão
de alunos autistas nas escolas, e também as práticas pedagógicas e adequações
das instituições de ensino, para que estes possam ser recebidos, além das
condições e preparação dos professores, que se tornaram a peça fundamental de
ensino e aprendizagem desses alunos. O texto irá dimensionar as dificuldades de
inserção dos métodos perceptivos no âmbito educacional, com uma breve ênfase na
possibilidade de trabalhar o ensino lúdico através de jogos e brincadeiras que
possa favorecer o aluno no seu desenvolvimento cognitivo e motor, partindo da
premissa, quando a criança no ensino básico, estuda tendo alguma relação de
estimulo por meio de jogos, ela desenvolve uma melhor capacidade de absorção do
conhecimento aplicado, nesse mecanismo de ensino-aprendizagem. Tais
metodologias apresentam-se, para propor um melhor desenvolvimento nas técnicas e
métodos de ensino dos professores, enfatizando como o aperfeiçoamento e/ou
capacitação profissional diante uma formação continua é algo importante para o
trabalho com a educação, bem como a readequação
do currículo pedagógico, a fim de dar aos alunos autistas um desenvolvimento
intelectual, associativo, como também favorecer aos portadores de deficiência (Auditiva,
Sinestesia, Visual e Física), dando uma educação igual a todos.
PALAVRAS-CHAVES: Autismo; Inclusão; Práticas pedagógicas.
ABSTRACT
This is a
literature review article that will discuss the reflexive action of including
autistic students in schools, as well as the pedagogical practices and
adaptations of educational institutions, so that they can be received, in
addition to the conditions and preparation of teachers, who became the
fundamental piece of teaching and learning for these students. The text will
measure the difficulties of insertion of the perceptual methods in the
educational scope, with a brief emphasis on the possibility of working the
ludic teaching through games and games that can favor the student in his
cognitive and motor development, starting from the premise, when the child in
basic education, she studies with some stimulus relationship through games, she
develops a better capacity for absorbing applied knowledge, in this
teaching-learning mechanism. Such methodologies are presented, in order to
propose a better development in the techniques and teaching methods of
teachers, emphasizing how the improvement and / or professional training in the
face of continuous training is something important for working with education,
as well as the readjustment of the pedagogical curriculum. , in order to give
autistic students an intellectual, associative development, as well as to favor
the disabled (Auditory, Synesthesia, Visual and Physical), giving an education
equal to all.
KEYWORDS:
Autism; Inclusion; Pedagogical practices.
INTRODUÇÃO
Durante
anos a psicanalise enfatizou o papel da função materna e paterna no
aparecimento do autismo e, hoje, sabe-se que o autismo é um transtorno
invasivo, em que pesquisas científicas acreditam ser devido a alterações
biológicas, hereditárias (ou não). De fato, o autismo é um conjunto de sintomas
em que a capacidade para pensamentos abstratos, jogos, contatos sociais seriam
totalmente prejudicados. A criança cria formas próprias de relacionamentos com
o mundo exterior, não interagem normalmente com pessoas inclusive com próprios
pais, e nem manuseiam objetos.
Ao tratarmos de inclusão de crianças com necessidades
especiais, somos enviados ao campo da educação, pois ele está presente no
dia-a-dia, defendida como para Todos, sem nenhum tipo de distinção, traçando
diretrizes para que o processo inclusivo seja deflagrado. Contudo, percebe-se
que dez anos após a implantação da Declaração de Salamanca, sobre princípios,
políticas e práticas em Educação Especial, ainda caminhamos a passos lentos,
pois se faz necessário derrubar muitos paradigmas, no intuito de preparar a
sociedade para receber e aceitar a diversidade biopsicossocial. (DELLANI & MORAES, 2012, p. 3)
Tendo em vista que o
processo de inclusão é bem maior que apenas inserir o aluno com necessidades
especiais em sala de aula, é necessário se preocupar com os procedimentos da
inclusão do mesmo no espaço e, principalmente com ação da prática docente, para
com o aprendizado desse público.
Para
Dellani & Moraes (2012), a inclusão engloba uma educação para
todos, centrada no respeito e valorização das diferenças. Uma posição que
reforça a necessidade do respeito à diferença, do conhecimento e do preparo
para lidar com as potencialidades e limitações das pessoas.
O que faz necessário não
apenas o preparo do profissional que irá estar lado a lado com essas crianças,
mas também de toda a estrutura irá acompanhar as suas dificuldades,
fornecendo-lhes materiais necessários para que de forma metodológica e também
lúdica, visando a criar uma interação e, de tal forma, prender atenção de
crianças portadoras da síndrome do autismo, para que tenham curiosidade do
aprender e do conhecimento.
O autismo, também
conhecido como transtorno autístico, autismo da infância, autismo infantil e autismo
infantil precoce, é o TID mais conhecido. Nessa condição, existe um marcado e
permanente prejuízo na interação social, alterações da comunicação e padrões
limitados ou estereotipados de comportamentos e interesses. As anormalidades no
funcionamento em cada uma dessas áreas devem estar presentes em torno dos três
anos de idade. (KLIN, 2006, p. 4)
Perante a aprendizagem de
autistas nas escolas, alguns professores demonstram dificuldades em ministrar
aula, de modo que, o aluno participe das aulas de forma satisfatória.
A educação inclusiva é uma possibilidade de
incluir pessoas com algum tipo de deficiência física, psíquica ou de outras
características, em meio ao processo educacional, desenvolvendo suas
potencialidades. Há classificações diferentes para cada deficiência, mental,
cognitiva, físico e até mesmo deficiências múltiplas, quando um caso (exemplo)
psicológico gera outros, cognitivo de aprendizagem, locomoção, assim o
indivíduo tem múltiplas deficiências, mesmo que o problema originário tenha sido
apenas um.
Para isso, é garantido pela Constituição
Federal 1988, pelo seu artigo 205º, que menciona a educação como um direito de
todos, estabelecendo a igualdade de condições de acesso e permanência na escola
como um princípio, onde o estado tem por obrigação à implementação
do serviço de atendimento educacional especializado, para pessoas com
deficiência, no qual alunos que se enquadram nessa condição possa tem acesso a
uma pedagogia diferencias aos demais e especifica para atender todas as
deficiências especifica.
Para que se possa conceber a
escola inclusiva, é necessário continuar trilhando um longo caminho, mas
sabe-se que a escola é um imenso laboratório de ideias, conceitos e liberdade,
pois nela que se pode criar e inventar, metodologias e técnicas de ensina e
aprendizagem.
Este artigo trata-se de uma
revisão da literatura, para o estudo em questão foram realizadas buscas de
artigos científicos na base de dados do SCIELO (The Scientific Electronic
Library Online), assim como em livros que tratavam do tema de forma geral e
específica. Durante a pesquisa foram utilizados descritores da língua
portuguesa: transtorno do espectro do autismo (TEA), inclusão, transtorno
neurológico, práticas pedagógicas,
desenvolvimento cognitivo.
INCLUSÃO DO AUTISTA NA EDUCAÇÃO E O PAPEL DA
GESTÃO ESCOLAR
O autismo segundo Oliveira e Paula (2012, p.
54) são “[...] indivíduos que apresentam precocemente anormalidades
qualitativas abrangentes e com diferentes graus de comprometimento”. Essas
afetam o desenvolvimento de habilidades motoras, de interação social,
comunicacional, comportamental dentre outros, dessa forma as características
dos autistas podem variar de um indivíduo para outro.
Entretanto o aluno deve ser incluído no âmbito
escolar, seja ele especial ou não, a escola não deve ser adequada a X ou Y e,
sim a todos, mesmo havendo alunos com necessidades especiais. Nesse sentido,
Lima afirma:
[...] a inclusão do aluno em casos especiais
ou não, como pessoas no desenvolvimento da formação intelectual e comunicativa
não se deve limitar a socialização do aluno no meio social e contextos
escolares. [...] Hoje a maior preocupação na educação é a falta de conhecimento
e ao mesmo tempo o acomodamento em partes de profissionais da área. (LIMA,
2005, p. 01).
Pensar em inclusão perpassa pelo olhar sobre
as diferenças, ou seja, respeitar nas diferenças, já consolidadas na sociedade
atual, nos referimos ao reconhecimento do outro, daquele que aos olhos de
alguns parece “estranho” e, portanto, incomoda. Assim, é preciso
Entender a diferença não como algo fixo e
incapacitante na pessoa, mas reconhecê-la como própria da condição humana ainda
é muito distante e complexo [...] A diferença que se materializa não somente
pela deficiência, mas também pelas diferenças de raça, sexo, religião, existe
em todos nós, em todas as salas de aula, tendo alunos com deficiências ou não. (BOLSSON, 2017).
É valido lembra que a inclusão está ligada a
todas as pessoas que têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade. Mas, os
excluídos socialmente são também os que não possuem condições financeiras
dentro dos padrões impostos pela sociedade, além dos idosos, os negros os
portadores de algumas deficiências físicos, como deficiente visual, auditivos,
e mentais além do autista.
A escola deve prepara-se com material
pedagógico, recursos humanos e demais ferramentas necessárias para atender e
incluir o autista em meio à sociedade. Para isso:
A inclusão de pessoas com qualquer forma de
impedimentos funcional de natureza biológica pressupõe a criação de uma
pedagogia para a diversidade isso é uma pedagogia que orienta para criar vários
caminhos possíveis de ensino, a fim de que a aprendizagem deles no decorrente
leve cada pessoa a um processo amplo de formação humana (LIMA, 2005, p. 03).
Lembrando que a educação inclusiva não é
colocada de forma neutra, ela resulta da expressão cotidiana na conjuntiva
social e cultura das relações em que o homem desenvolve entre eles por meio da
interação e do diálogo. Neste, entende-se que a educação inclusiva é, então, um
direito também do homem com dificuldades físicas, Síndrome Down ou autismo,
inalienável, inseparável de natureza biofísico ou biopsicossocial do ser
humano, determinado pelo (Capítulo V da Lei de Diretrizes e Bases Lei nº
9.394/96) sobre o direito educacional a todos com algum tipo de necessidade em
especial.
A Declaração de Salamanca (ano?) foi e é, sem
dúvida, um marco na trajetória da educação para pessoas com necessidades
especiais, mesmo que na versão brasileira encontra-se o termo “integrar”, cujo
significado é “adentrar a um meio”, no caso “adicionar o deficiente a um meio
(escolar)”. Porém, ao se falar em educação inclusiva, esse termo não dá conta
da necessidade real da situação, pois incluir, além de integrar, é fazer com
que o deficiente tenha possibilidades de desenvolver-se, interagir com o meio,
fazer parte do processo.
Mesmo havendo na Lei 9.394/96 Lei de
Diretrizes de Base da Educação Nacional, o Capítulo V que ampara pessoas com
necessidades educativas especiais no sistema público de ensino, dentre eles o
autista, a educação pública oferta a educação especial e reconhece as
necessidades especiais adversas, sem, no entanto, oferta-la de maneira
qualitativa, pois, há professores despreparados, falta recursos financeiros
materiais adequados, dentre outras necessidades para uma educação de qualidade
para às pessoas com necessidades especiais.
Cabe às escolas receberem e buscar meios
estruturais, pedagógicos, desde a mudança e readequação do currículo pedagógico,
ao aperfeiçoamento profissional dentre mais recursos que garanta inclusão do
autista em sala de aula e no processo educativo.
O currículo é
um dos aspectos centrais a ser levado em conta quando se procura realizar
alterações na escola no sentido da inclusão. Existe, por parte das escolas, uma
dificuldade em alterá-lo e ele acaba sendo usado como uma das justificações
para se manter a escola como está. Desta forma, o currículo pode
ser visto como um dos obstáculos à Inclusão. (NASCIMENTO, 2008, p. 8)
Os alunos atendidos através da educação
especial devem ter suas condições respeitadas, seu tempo de aprendizagem, e o
modo como aprendem, logo é de responsabilidade do docente saber trabalhar,
envolver-se com atividades que possibilitem esse desenvolvimento.
Para lidar com tais situações é necessário o
professor ter formação (previa e continuada) e estar apto a trabalhar com
alunos com deficiência, dentre as possibilidades de atuação é importante que
faça parceria com a família no intuito de melhor conhecer as causas dos
problemas e caminharem junto em prol dos mesmos objetivos.
O LUGAR DO PROFESSOR: ESPECIFICIDADES NA
FORMAÇÃO
Nessa
perspectiva da especificidade, a formação continuada do docente pode ajudar a
melhorar, cada vez mais, a sua prática em sala de aula e espaço escolar,
apoiando os discentes no desenvolvimento de suas construções, a qual se produz
através de sua própria imaginação. A aprendizagem é um processo fundamental da
vida, todos aprendem, e é a aprendizagem que desenvolve os comportamentos
humanos necessários à sobrevivência, como também lapida a personalidade, e
maneiras de vidas peculiares, visto que cada indivíduo é o que é pelo que
aprende. A partir da máxima “todos podem aprender”, nos cabe pensar na formação
continuada do professor para lidar com a diversidade em sala de aula.
A formação de
professores vem sendo alvo de grandes estudos e, em geral, tem revelado muitas
fragilidades e insatisfações, quer no âmbito das políticas de formação, quer na
atuação dos professores de instituições formadoras. Assim, a reflexão sobre o
processo de ensino aprendizagem na inclusão, também faz parte a preocupação de
formação de profissionais adequados para atuarem com esse nível de público que
tem necessidades especiais.
A convivência com as crianças na escola, seja
em sala de aula, seja nos momentos de interação social e lazer, possibilita a
percepção de uma variabilidade e diversidade enorme de características que os
educandos podem apresentar. Os professores e o ambiente escolar são referências
determinantes para a vida e o desenvolvimento da criança e do adolescente. Na
escola, os alunos passam diariamente horas sob o olhar de educadores treinados
a acompanhar sua aprendizagem e socialização. Portanto, não é raro que as
primeiras dúvidas sobre o desenvolvimento da criança sejam levantadas pelos
educadores da criança ou do adolescente. (BRUNI; GADIA; MARCO; et. al., 2013,
p. 6)
Neste processo,
é válido apontar uma formação inicial como a primeira fase de uma diferenciada
e longa ação de desenvolvimento profissional, no qual exige novos parâmetros
para a formação de professores, especificamente para atuarem nesta área,
priorizando a reflexão, a criação e a execução de propostas pedagógicas. Assim, diante essa perspectiva, o professor
que participa de seu próprio conhecimento, e pode favorecer na construção do
desenvolvimento cognitivo de outro público, a exemplo, o aluno autista que,
supostamente, enfrentam dificuldades de compreensão nos procedimentos de
aprendizagem.
Para este,
Leite (2011) todos os tipos de cursos e estudos proposto ao professor, devem
ser organizando de forma a possibilitar ao mesmo, antes de tudo, a superação de
seu a comodismo, substituindo-o por outros que é o intuito da formação
continuada, a qual lhe assegura, defronte à inclusão, uma base ativa e
reflexiva, para o desenvolvimento de um trabalho profissional seguro, com
posição e atuação continuada.
Corroborando
com esse, Perrenourd (2008) fala do pressuposto estudo que, leva a discutir
sobre a formação continuada do professor, o qual, busca garantir ao público na
inclusão, uma educação com maior preparo, vindo de um profissional de nível
mais elevado, que debate, compreende e garante um maior domínio mediante a sua
prática de ação, adequando com base na ciência do ensino, e da técnica da profissionalização
docente.
Dessa forma,
espera-se, também, preparar o professor para o trabalho com a inclusão,
repensando na formação continua do docente de modo a proporcionar ao mesmo, um
exercício adequado, de maneira que, o coloque atualizado ao ensino
contemporâneo, de modo a se aproximar da perspectiva que lhe permite aprender a
lidar com a complexidade e diversidades de situações reais, com que se
confrontam diariamente os professores.
[...] às diferentes
etapas da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio), é requerida formação específica e adequação das competências e
habilidades para os futuros professores, no atendimento às DCN, para cada uma
dessas etapas, considerando-se a garantia do domínio dos conhecimentos
previstos para a conclusão da escolaridade básica. (LEITE; RIBEIRO; LEITE;
ULIANA;, 2018, p. 729)
A velocidade
dessas mudanças leva-nos a repensar na formação do profissional de educação de
hoje. As novas políticas mundiais adquirem natureza multicultural, mas parecem
não empreender um olhar mais apurado, a ponto de desenvolverem movimentos que busquem
captar diferentes perspectivas de mundo, capazes de contribuir para sociedades
mais justas e democráticas.
Como base nessas mudanças e perspectivas de
inclusão e a busca de melhorias para os professores como cursos de formação
continuada, e outras formas de intervenção, foram então realizadas experiências
e sugestões de como trabalhar com autistas.
Levando em consideração o grau de
comprometimento social e como afeta a vida dos indivíduos autistas, vários
métodos de intervenção foram criados a fim de se promover a comunicação. Alguns
dos métodos mais comuns de intervenção são: TEACCH (Tratamento e Educação para
Autistas e Crianças com Déficits Relacionados com a Comunicação), PECS (Sistema
de Comunicação por Figuras) ABA (Análise aplicada do comportamento) e
intervenções fonoterapêuticas (GRACIOLI E BIANCHI, 2014, p. 128).
Assim, o
contexto educacional atual, possibilita a inclusão de todas as diferenças que
são inseridas no processo educacional, mas muitas não veem contempladas suas
subjetividades como componente fundamental para uma verdadeira construção
educacional. Entre elas estão a das pessoas comumente chamadas deficientes,
pessoas com deficiência, portadoras de necessidades educativas especiais,
dentre outros termos.
Sobre isso,
Libâneo (2016) fala que a articulação entre a formação inicial ou continua do
professor é vinculada a contextos de trabalho, ou seja, à possibilidade de
pensar nas disciplinas com base a que se pede para o desenvolvimento voltado
para a prática de ensino. São decorrência de formação continua, feitas na
unidade educativa de acordo com os saberes e as experiências de cada professor.
Assim, articula-se a formação inicial ou não, pois ambas vinculam-se aos
contextos da modalidade e interação de ensino entre a prática formativa de
trabalho docente, além de, ser responsabilidade do profissional que é
compromissado com seu trabalho, é o mesmo que, consisti na organização e função
do processo crescente na escola.
A formação
continuada surge como ação específica, ligada principalmente para dar auxílio
aos professores no início de carreira; já para os professores próximo da
aposentadoria, atua como uma atualização e/ou capacitação. A importância da
educação continuada relaciona-se aos novos procedimentos voltados para o ensino-aprendizagem
na inclusão. Atualmente muitos profissionais enfrentam algum tipo de
dificuldade, quando se trata do ensino na prática com o público diagnosticado
com autismo, tais dificuldades estão associadas pela falta de experiência e
conhecimento diante os procedimentos contemporâneos para trabalhar com esse
nível de aluno.
Dentre os procedimentos, um passo importante é
perceber, identificar se o aluno é autista ou não através do diagnóstico que
acompanha o registro de matricula. Para essa primeira identificação, não se
deve levantar suspeitas como: “Atraso na aquisição da linguagem”; “Risos e
movimentos pouco apropriados e repetitivos”; “Presença de respostas anormais a
barulhos e tato”; “Rigidez no comportamento e rotinas” dos quais somente um
profissional apropriado pode descrever e registrar esses relatos, de fronte a
este, (BRUNI, GADIA, MARCO, et. al., 2013, p. 6), fala que, essa parte, em sala
de aula, o professor não pode está observando esses e outros comportamentos da
criança, na tentativa de identificar se o aluno pode, ou não, for “Autista”,
para esse, existe vários outro procedimento vindo de outros profissionais
específicos para essa analise e ou diagnóstico.
Lidar
com pessoas requer conhecimentos e estratégias distintas porque, cada ser
humano tem suas particularidades, fragilidades, potencialidades dentre outras
características. A escola e os professores devem estar preparados para
contribuir significativamente para com a clientela, assim, todos têm de
preparar-se para atender e educar sua clientela, seja ela qual for.
Assim, o
processo de formação inicial passa acontecer com uma nova visão voltada para a
reflexão da prática, para com isso, cumprir a sua tarefa de construir os
saberes necessários à superação da dicotomia teoria e prática e na relação com
o cotidiano do autista no espaço escolar.
De fronte a
este processo, o papel do professor é contribuir como profissional, estimulando
o desenvolver de novos meios na realização do trabalho pedagógico com reflexão
lúdica sobre sua própria prática. Nessa perspectiva da reflexão lúdica em prática,
a formação docente deve estender ao longo da carreira, assim como deve
desenvolver métodos voltados, especificamente, para atender o público na
inclusão escolar.
JOGOS
E BRINCADEIRAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
A
criança tem características próprias e precisa percorrer todas as etapas de seu
desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. É responsabilidade do
educador, na educação infantil, ajudar a criança a ampliar, de fato, as suas
possibilidades de ação, proporcionando jogos e brincadeiras que possam
contribuir para o seu desenvolvimento psicomotor, psicossocial e para a
educação. A atividade lúdica é de suma importância para o desenvolvimento da
criança, para a suas atividades intelectuais e, por isso, é indispensável na
pratica educativa e interatividades associativas.
Contudo,
o saber escolar deve ser valorizado socialmente, e a alfabetização deve ser um
processo dinâmico e criativo, nas ações através de jogos, brinquedos,
brincadeiras, músicas, teatros entre outros. Sendo, que a brincadeira é uma
linguagem natural da criança e é importante que esteja presente na escola,
desde a educação infantil, para que, diante essas ações, os alunos possam ser
espontâneos obtendo facilidades de se colocar e expressar através de suas
atividades lúdicas, como afirma Santo (1997, p. 28) o lúdico é possibilitar a
criança brincar enquanto estuda, lhe favorecendo ao desenvolvimento de suas
perspectivas social, cultural, afetiva, criativa e histórica. Logo,
É na brincadeira que a criança se comporta além
do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A
criança vivência uma experiência no brinquedo como se ela fosse maior do que a
realidade, o brinquedo fornece estrutura básica para mudanças das necessidades
da consciência da criança. (VYGOTSKY, 1992, pg.117)
É
através da brincadeira que, a criança ultrapassa seu comportamento no cotidiano,
desenvolvendo habilidades e experiências, conforme a nova exigência de cada
brincadeira.
O
jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. Também é
através do brincar e do jogar que, a criança desenvolve a linguagem, o
pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser
um cidadão capaz de enfrentar desafios, se preparando para participar na
construção de um mundo melhor.
Dessa forma,
os jogos e brincadeiras auxiliam os discentes na aprendizagem, principalmente
na educação integral, assim, podem dar conta de suas atividades cotidianas
fazendo parte de uma manifestação social-histórica do movimento humano. Este
processo fará com que as crianças sintam gosto em investigar e problematizar as
práticas, presente no seu dia a dia, facilitando-os para uma melhor compreensão
e desenvolvimento de seus estudos. Tanto para Vygotsky (1984) como para Piaget
(1975), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a
imigração se desenvolve. Uma vez que a criança brinca, ela desenvolve sua
capacidade para determinado tipo de conhecimento, e dificilmente perde esta
capacidade, porque é um conceito que ficará registrado em seu consciente.
É com a
formação destes conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem, e é no brincar
que, está um dos maiores espaços para a formação dos próprios conceitos. Mediante
a este conceito, Negrini (1994, p.19) fala das contribuições que as atividades
lúdicas possibilitam no desenvolvimento integral da criança, favorecendo
poderosamente em seu crescimento por um todo, e que todas as dimensões estão
intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a
sociabilidade. Afirmando ainda que, essas qualidades são inseparáveis, sendo a
afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica,
moral, intelectual e motriz da criança.
Dessa forma,
como afirma Brasil (1998, pg. 32) “Educar significa, portanto, propiciar
situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma
integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades
infantis de relação interpessoal”, sendo que o educar, no processo educativo,
auxilia no desenvolvimento da capacidade das crianças aos conhecimentos mais
amplos da realidade social e cultural.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Sabe-se
que a educação não apresenta neutralidade, e a mesma não ocorre de maneira
isolada, sendo necessário fazer levantamento de um modo geral, do qual leva em
consideração a criança.
Nesta
perspectiva, é importante ressaltar que a gestão escolar deva estar apta, a
atuar de forma participativa e significativa nos procedimentos de inclusão do
aluno no âmbito escolar. Tais estratégias auxiliam a gestão, não somente para
inserção do aluno com diagnóstico de autismo, mas também percalça o objetivo de
promover o bem estar de todas as crianças, entre elas, as que, de alguma forma,
foram mais atingidas pela exclusão diante os processos educativos.
No
entanto, tende a haver a influência no contexto social da alfabetização,
mediante o processo e aprendizagem na educação infantil, por meio da
contribuição de jogos brincadeiras, para que haja um bom desenvolvimento na
criança, assim como a interação da mesma ao cotidiano. E é por meio de
atividades lúdicas, construídas através dos jogos e brincadeiras, que as
crianças com autismo podem ter um melhor desenvolvimento no que se diz, mobilidade
da aprendizagem.
Desta
maneira, foi possível demonstrar de como a forma do pensar do sujeito releva a
detrimentos entre outras estratégias que são propostas para o ensino na
inclusão.
De
fronte a essa realidade, a inclusão define que, os gestores administrativos de
cada instituição devem ser responsáveis pela implementação educacional de sua
escola, a qual deve estar aberta para dar suporte ao atendimento de todos, que
buscam um crescimento diante o ensino aprendizagem. Em outras palavras, a
democracia em si, precisa se fazer parte de toda sociedade que envolve o espaço
educativo, assim como toda a equipe diretiva e corpo docente. E isso se faz mediante
um diálogo entre todos os membros, e não somente um simples grupo centralizado
individualmente no espaço da direção, esquecendo o meio ambiente escolar, o
qual prepara o sujeito para atuar em sociedade.
REFERÊNCIAS
_______.
Pensamento e linguagem. Trad. M.
Resende, Lisboa, Antídoto, 1979. A formação social da mente. Trad. José Cipolla
Neto et alii. São Paulo, Livraria Martins Fontes, 1984.
BOLSSON, Ana Carolina.; Inclusão escolar, um direito de todos alunos, com e sem deficiência. Fundação Maurício Sirotsky
Sobrinho, 2017. Disponível em: <http://www.fmss.org.br/artigo-inclusao-escolar-um-direito-de-todos-alunos-com-e-sem-deficiencia/>. Acesso: 28 out. 2020.
BRASIL. Governo Federal. Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> Acesso: 23 de out
2020.
BRASIL. Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96. Brasília-DF:
Senado Federal, 2005.
BRASIL.
Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional par a
educação infantil. Brasília, 1998. V. 2. Disponível
em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf> Acesso em: 25 de out. 2020.
BRUNI, Ana
Rita.; GADIA, Carlos.; MARCO, Carmen
Lydia da Silva Trunci de.; et. al..; Autismo
& Realidade. Cartilha Autismo e Educação. São Paulo: 2013.
DELLANI, Marcos Paulo.; MORAES Deisy Nara Machado de.; Inclusão:
caminhos, encontros e descobertas.
Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai – IDEAU. REI – Revista
de Educação do IDEAU. Vol. 7 – Nº 15 - Janeiro - Junho 2012
GRACIOLI,
Maria Madalena.; BIANCHI, Rafaela Cristina.; EDUCAÇÃO DO AUTISTA NO ENSINO REGULAR: um desafio à prática pedagógica.
Nucleus - Revista cientifica da fundação educacional de Ituverava, v.11, n.2,
out. 2014
KLIN, Ami.; Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira
Psiquiatria 2006; 28(Supl I):S3-11
LEITE, Eliana Alves Pereira.; RIBEIRO,
Emerson da Silva.; LEITE, Kécio Gonçalves.; ULIANA, Marcia Rosa.; FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO:
alguns desafios e demandas da formação inicial de professores na
contemporaneidade. Educação & Sociedade, Campinas, v. 39, nº. 144,
p.721-737, jul.-set., 2018.
LEITE, Yoshie Ussami Ferrari. O lugar das práticas pedagógicas na
formação inicial de professores. São Paulo: cultura acadêmica, 2011.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2013
LIMA, Elvira Souza. Diversidade e
Aprendizagem, São Paulo: Sobradinho, 2005.
NASCIMENTO, Rosangela Pereira do.; Preparando professores para promover a
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Caderno
temático do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE - do Governo do
Estado do Paraná. Londrina, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2496-8.pdf> Acesso: 27 de
out. 2020.
NEGRINE,
Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Propil, 1994
OLIVEIRA,
Juliana de.; PAULA, Cristiane Silvestre de.; Estado da arte sobre inclusão escolar de alunos com transtornos do
espectro do autismo no Brasil.
Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo,
v.12, n.1, p. 53-65, 2012
PERRENOUD, Philippe. A
prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão
pedagógica. Tradução de Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2002.
PIAGET,
Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
SANTOS,
Santa Marli pires (org) O lúdico na
formação do educador. Petrópolis
RJ: Vozes 1997.
VYGOTSKY,
Lev Semenovich. A formação social da
mente. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992.