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Patrícia Pereira Paulino
Graduada em História pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG). Pós graduanda em Gestão de Instituições
Federais de Educação Superior pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Marcellus Henrique Rodrigues Bastos
Mestre em Administração - MPA Mestrado
Profissional em Administração - PPGA- UFF, pela Universidade Federal
Fluminense. Professor do CEFET /RJ - Campus Valença
RESUMO
Este
artigo pretende problematizar a elaboração de um Manual de Práticas e
Procedimentos realizado pelos Assistentes Administrativos Educacionais nos
setores administrativos de uma Escola Municipal Pública de Belo Horizonte: A
Escola Municipal Carlos Góis. Os setores em questão são a biblioteca e a
secretaria. O manual/plano tem a finalidade
de orientar os servidores públicos municipais acerca da execução das tarefas
cotidianas que envolvam os setores da biblioteca e secretaria nas escolas
municipais, tratando conceitos, atividades descritivas, roteiros sugestivos,
pessoal envolvido no atendimento, soluções, periodicidade das ações, etc. As
atividades administrativas concernentes aos setores biblioteca e secretaria
seriam dispostas de acordo com a periodicidade das mesmas: diárias, semanais,
mensais e anuais.
Palavras-chave: manual de procedimentos – manual gerencial –
planejamento de atividades – práticas administrativas
INTRODUÇÃO
No presente artigo proponho a
elaboração de um Manual de Procedimentos e Práticas das atividades
administrativas realizadas pelo assistente administrativo educacional na
Biblioteca e Secretaria da Escola Municipal Carlos Góis.
O manual/plano tem a finalidade de
esclarecer aos servidores públicos acerca da execução das tarefas cotidianas
que envolvam os setores, tratando conceitos, atividades descritas, roteiros
sugestivos, pessoal envolvido no atendimento.
A temática é proposta a partir da
urgência de se registrar as atividades mais importantes e imprescindíveis dos
setores, e da necessidade de estabelecer um ponto de partida para aqueles que
chegam no serviço público e possuem pouco tempo destinado para o treinamento
dessas atividades.
Uma atividade administrativa
direcionada é o carro-chefe de qualquer setor administrativo. Na Escola
Municipal Carlos Góis, o atendimento ao público é realizado diariamente e pela
demanda, necessita de uma maior organização que defina as atividades e práticas
realizadas, de acordo com o prazo definindo como estas seriam realizadas.
Neste sentido, questões como: qual é o
público e como o melhor atender são imprescindíveis para se definir uma rotina
administrativa eficiente. Vale ressaltar que a Escola Municipal Carlos Góis
atende alunos provenientes da comunidade do Aglomerado da Pedreira Prado Lopes.
Setores estes que carecem de ações
administrativas efetivas como: Promoção à Leitura, Controle do Acervo da
biblioteca, diálogo com os pais a respeito do controle de faltas, marcação de
reuniões com a coordenação pedagógica, marcação de reuniões com o pessoal da
Secretaria de Educação, atendimento a telefone, e-mails, atendimento direto à
comunidade escolar, controle do quadro de funcionários públicos e terceirizados
da escola, emissão de declarações aos pais, emissão de históricos escolares,
controle do diário escolar que registra as presenças, conceitos, carga horária
atendida pelos alunos, organização e registro de alunos que participam dos
projetos escolares, dentre outras atividades.
A organização de ações administrativas
é muitas vezes desprezada pela escola, que prioriza apenas aspectos
pedagógicos. Ações administrativas estas que aliadas às ações pedagógicas são
de extrema importância para enriquecer o funcionamento da escola e comunidade
escolar como um todo.
Na primeira parte do trabalho serão
apresentadas aspectos tanto às funções dos setores administrativos de uma
escola municipal pública, quanto aspectos referentes ao sistema intranet da
prefeitura denominado “Sistema de Gestão Escolar” (SGE).
O Sistema de Gestão
Escolar (SGE) é um sistema de informação corporativo da Secretaria Municipal de
Educação de Belo Horizonte. Por meio do SGE acontece a gestão dos recursos
pedagógicos, humanos e financeiros da Educação Municipal com o acompanhamento
gerencial das informações.
A falta de atualização
adequada do SGE conduz a erros, pois na medida em que superestima ou subestima
dados importantes do planejamento, compromete a eficácia e a eficiência das
informações que subsidiam as ações, programas e projetos da SMED, dependentes
de estatísticas confiáveis e precisas.
Será feita também uma breve descrição
dos funcionários envolvidos no trabalho dos setores e as atividades realizadas
pela equipe.
Na segunda parte será discutido como
as atividades que envolvem a leitura são imprescindíveis para a escola, e como
as atividades administrativas como um todo são carregadas de sentido para os
alunos.
Na terceira
parte será colocada a metodologia adotada para a elaboração do presente artigo.
2. OS PRINCIPAIS FATORES DA ELABORAÇÃO DO MANUAL DE
PROCEDIMENTOS E PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS
2.1
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral é a elaboração de um
Manual de Procedimentos e Práticas Administrativas relacionadas ao trabalho
desenvolvido pelos servidores nas Bibliotecas e Secretarias de Escolas
Municipais de Belo Horizonte. O manual terá como o objetivo de elucidar as
atribuições e tarefas do futuro servidor público, pormenorizadas de forma
diária, semanal, quinzenal, mensal e semestralmente.
Com
o propósito de facilitar o trabalho dos servidores administrativos, para uma
maior dinamização e organização das atividades desempenhadas em Bibliotecas e
Secretarias das Escolas.
2.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·
Compreender o processo das atividades
realizadas na biblioteca e secretaria durante o
dia/semana/quinzena/mês/semestre/ano.
·
Identificar as práticas e
procedimentos indispensáveis ao setor que incidam de forma positiva nas
atividades e atendimento ao seu público que compreendam o incentivo à Leitura e
a Gestão Administrativa Escolar.
·
Dinamização dos setores com a
constante formação dos servidores públicos do quadro do Município de Belo
Horizonte.
·
Evitar o desperdício de tempo e ter o
melhor entendimento das atividades realizadas em equipe no setor.
·
Evitar desinformação durante o
atendimento ao público e desperdício de material.
·
Dinamizar o tempo e o
trabalho dos servidores públicos recém-chegados aos setores administrativos das
Escolas Municipais.
2.3
JUSTIFICATIVA
Este artigo pretende abordar as
atividades administrativas realizadas nos setores administrativos: biblioteca e
secretaria de uma Escola Municipal Pública, localizada em área de risco próxima
à Comunidade da Pedreira Prado Lopes, em Belo Horizonte.
Na biblioteca trabalham 2 Assistentes
Administrativas Educacionais encarregadas das ações administrativas que
envolvam o atendimento aos alunos, professores, funcionários e comunidade
escolar.
O Programa de Bibliotecas da RMEBH foi
criado em 1997, após um diagnóstico que revelou a ausência de um espaço próprio
destinado a esse fim na maioria das escolas públicas municipais.
Para que as bibliotecas funcionassem e
atendessem a seu público foram nomeados bibliotecários e assistentes
administrativos educacionais, a fim de colocar em prática o Programa de
Revitalização das Bibliotecas Escolares. O programa estabelece diretrizes para
que se promova e monitore ações de incentivo às práticas de leitura, organização
e de pesquisa escolar na formação de alunos, professores e comunidade escolar
enquanto leitores pesquisadores.
A formação dos Assistentes
Administrativos Educacionais é contínua e é possibilitada pela integração da
biblioteca e secretaria com o projeto político-pedagógico da escola. Por isto,
é importante um plano minucioso dessas ações administrativas, tão carregadas de
sentido para os alunos, professores e demais funcionários.
Na Secretaria, o trabalho
administrativo é desempenhado por outros dois Assistentes Administrativos
Educacionais: um em cargo de comissão de Secretário Escolar e outro como
Assistente Administrativo Educacional.
Os Assistentes tem a função de efetivar os procedimentos
necessários para a inserção da comunidade na escola, para a regularidade e
fidedignidade dos registos de processos administrativos e pedagógicos da
unidade escolar, em consonância com a legislação vigente e com as diretrizes
emanadas da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte.
As diversas ações realizadas nos
setores administrativos vão desde a organização do espaço físico a organização
do acervo, dos documentos dos alunos matriculados, dos servidores públicos
lotados na escola, além da divulgação do acervo da biblioteca para funcionários
e alunos que ocupam e ressignificam esses espaços diariamente.
Em períodos determinados são
realizadas ações como de empréstimos semanais de obras do acervo da biblioteca
obedecendo um horário criado com a coordenação pedagógica, o atendimento aos
pais em períodos determinados para as matrículas e renovações de matrículas na
secretaria; o recebimento de devoluções de materiais diversos na biblioteca, a
elaboração de orientações anuais para o uso da biblioteca e de seu material,
elaboração de declarações diversas para os pais de alunos, dentre outras
atividades.
É necessário que o servidor tome
conhecimento destas ações antes mesmo de entrar em exercício e compreenda seus
sentidos: como, quando e porque realizá-las. De acordo com o princípio da
eficiência observado em MAXIMIANO, (2011) quando os problemas são resolvidos e
se tem eficiência no uso de recursos todos ficam satisfeitos.
São realizados cerca de 650.000
empréstimos por mês na biblioteca, enquanto que na secretaria são registrados,
por ano, cerca de 300 alunos. Durante as ações administrativas é necessário o
domínio, o conhecimento do setor e de seus documentos além de uma comunicação
que se aproxime da comunidade escolar.
A partir da elaboração do Manual de
Procedimentos e Práticas Administrativas da Escola Municipal Carlos Góis, a
relação entre os Assistentes Administrativos e a chefia pode vir a ser mais
fluida, no sentido de que, de posse do manual, os servidores poderiam atender a
demanda de uma melhor forma, além de proporcionar ações mais direcionadas com
soluções de erros já previstos no material. Ademais, o manual traria a relação
de direitos e deveres dos servidores naquele ambiente.
A biblioteca atende a comunidade
interna (alunos, professores, funcionários gerenciais, funcionários técnicos,
funcionários administrativos) e a comunidade externa (pais de alunos e
moradores da região). A biblioteca é um local de descoberta, relaxamento e
divertimento, na qual podemos encontrar respostas para nossas dúvidas,
pesquisar para trabalhos, explorar livros, revistas ou simplesmente passar um
tempo livre num ambiente acolhedor e descontraído.
Para um eficiente atendimento da biblioteca
e secretaria é preciso um planejamento e organização dessas tarefas de forma a
refletirem o funcionalismo público das escolas municipais de Belo Horizonte.
Nos últimos anos não foram muitos os
programas de treinamento para os Assistentes Administrativos em Educação.
Muitas vezes, esses servidores têm que realizar o trabalho com pouco tempo de
treinamento, uma vez que o Bibliotecário e o Secretário Escolar possuem uma
grande demanda.
O manual se tornaria mais fácil para
proporcionar uma autonomia destes servidores públicos e um diálogo mais
eficiente durante o período aplicado.
Diante do cenário apresentado,
supõe-se uma carência de elaboração e planejamento que promova a transmissão do
conhecimento do como fazer, quando fazer, dos prazos mais comuns e de
como aproximar as práticas e procedimentos destes setores com seu público-alvo.
A elaboração do Manual de
Práticas e Procedimentos será realizado com base nas estatísticas e
pesquisas anuais já realizados e a previsão é de que ele seja colocado em
prática num período de sete meses.
2.4
REFERENCIAL TEÓRICO
A classificação dos documentos
técnicos da Biblioteca de uma Escola Pública do município de Belo Horizonte é
feita através do CDD – Classificação Decimal Dewey, 22ª edição, que organiza
hierarquicamente a totalidade do conhecimento em classes decimais.
Tabelas de Código de Assunto
000
Ciência da Computação – Informação – Obras em geral
100
Filosofia – Psicologia
200
Religião
300
Ciências Sociais
400
Língua
500
Ciências Sociais
600
Tecnologia
700
Artes Recreação
800
Literatura
900
História – Geografia
Fonte: http://www.isbn.bn.br/website/tabela-de-assuntos
A
organização nas estantes, através do CDD, é feita respeitando o número de sua
classificação, seguido das três primeiras letras do nome do autor. Os livros de
leituras para os alunos da Escola Municipal Carlos Góis são classificados em:
·
Literatura Infantil:
identificados por etiqueta verde.
·
Literatura Infanto-Juvenil:
identificados por etiqueta azul.
Os documentos de referência (dicionários, atlas, almanaques, anuários, enciclopédias, etc.) estão organizados em ordem de título e as revistas técnicas estão organizadas em porta revista, por ordem alfabética de título e cada título por ordem de data de publicação com um manual de todo o material periódico disponível pelo setor. O posicionamento dos documentos e livros nas estantes e/ou móveis para eles destinados respeitam as normas de organização de uma Biblioteca Escolar:
O Plano Municipal de Leitura,
Literatura, Livro e Bibliotecas de Belo Horizonte (PMLLLB-BH) é uma iniciativa
conjunta da sociedade civil e do poder público para estabelecer diretrizes,
ações e metas que norteiem a formulação, a execução, a avaliação e a constante
revisão da política municipal para a democratização do acesso à leitura e para
as formações de leitores tendo em vista a plena participação da população na
cultura escrita.
Assim, são estabelecidos 05 grandes
eixos: 1. acesso, 2. formação, 3. criação, 4. produção, 5. comercialização e
comunicação. Por acesso, compreende-se os espaços, projetos e iniciativas para
a democratização do acesso e promoção da leitura, englobando recursos humanos,
acervo, manutenção e infraestrutura.
O eixo formação contempla os programas
para a formação dos profissionais desde educadores, professores,
bibliotecários, mediadores de leitura, escritores, ilustradores, editores,
livreiros, distribuidores etc. Por criação, tomamos os processos criativos de
um livro ou material de leitura.
A produção inclui práticas de produção
e comercialização de livros, e o último eixo estão as iniciativas de
valorização da leitura literária e a divulgação dos espaços. De acordo com o
Plano, Belo Horizonte conta com mais de 20 bibliotecas públicas municipais, 1
biblioteca pública estadual e aproximadamente 200 bibliotecas escolares e 50
bibliotecas comunitárias.
A Secretaria Municipal de Educação
coordena os projetos Kit Literário de distribuição de livros de
literatura e Kit Afro que adquire livros com a temática étnico-racial
extremamente importantes para suas bibliotecas. Algumas bibliotecas pólo
da rede também abrem nos finais de semana.
De
acordo com MOURA, (2006) a tarefa seria entendida como um trabalho descrito a
ser realizado com baixo grau de dificuldade. Já a atividade seriam um conjunto
de tarefas mais complexas e pormenorizadas. Ainda de acordo com o autor,
atividades orientadas para a rotina do trabalho têm por finalidade manter um
nível de desempenho fundamental, já as orientadas para projetos tem por
finalidade a melhoria de processos e solucionamento dos problemas.
O incentivo à criação literária para
além do Concurso Nacional de Literatura “Prêmio Cidade de Belo Horizonte”
e “Prêmio João de Barro” e iniciativas da Lei Municipal de Incentivo à
Cultura, ainda é um desafio para Belo Horizonte. É fundamental que a sociedade
civil ocupe as instâncias consultivas e deliberativas da política cultural
municipal para que seus objetivos sejam plenamente alcançados.
Os resultados esperados com o Manual
de Orientações e Práticas são:
•
compreender o processo das atividades
realizadas durante o dia/semana/quinzena/mês/bimestre/semestre;
•
identificar as práticas e
procedimentos indispensáveis ao setor que incidam de forma positiva nas atividades
do setor que compreendam o incentivo à Leitura;
•
dinamização do setor com a constante
manutenção dos servidores do quadro da Biblioteca;
•
evitar desperdício de tempo e
atividades sem sentido no setor; evitar alunos “perdidos” durante as iniciativas
de incentivo à leitura;
•
dinamizar o trabalho dos servidores
recém-chegados ao setor da Biblioteca.
Será
repassado a todos os envolvidos uma folha para sugestões de atividades semanais
para enriquecer o Manual de Procedimentos e Práticas e darem mais sentido às
atividades puramente administrativas. Serão feitas as avaliações periódicas
bimestrais sobre como o manual está auxiliando e abrindo espaço para o debate
das atividades realizadas e maior aproximação com o público atendido a melhor
garantir a efetivação de seus direitos sociais e políticos.
2.5
METODOLOGIA
A
elaboração de um manual de práticas e procedimentos muito tem a ver com o
processo de aproximação do funcionalismo público das Universidades Públicas com
a Escola Pública, de forma a proporcionar um ensino de qualidade para a
população bem como um atendimento público de qualidade que reflita essa
aproximação.
Ao
longo da história da sociedade brasileira, este abismo cresceu à medida que se
naturalizava as desigualdades sociais potencializando a pobreza, o racismo e a
violência no Brasil, o qual é perceptível no perfil dos estudantes das
Universidades Públicas e dos estudantes que adentram as escolas públicas
brasileiras.
MAYORGA,
(2010) nos diz que faz-se necessário entender que caminho é este percorrido
pelas crianças em sua maioria pardas e negras que entram nas escolas públicas
com os jovens e adultos brancos de classe média a alta que se formam nas
Universidades Públicas no nosso país.
Os
manuais são importantes fontes de consulta, e para o servidor público serviria
a fim se ter uma base de informações acerca daquele atendimento e de seu
público, para se rever a ordem dos procedimentos e conceitos fundamentais e a
realização das atividades primordiais do setor.
Um manual é todo e qualquer conjunto
de normas, procedimentos, funções, atividades, políticas, objetivos, instruções
e orientações que devem ser obedecidas e cumpridas de forma que se explicitem
detalhadamente a forma como serão executadas as tarefas, quer seja
individualmente quer seja em conjunto (OLIVEIRA, 1997).
Os
servidores com acesso a estes manuais o ressignificariam a partir de seu
trabalho diário, carregando-o de sentido e utilidade. Para elaboração do
presente artigo foram consultadas teses e dissertações do Portal da Capes, Scielo,
a observação do fluxo de informações e demanda do serviço público realizado na
Escola Municipal Carlos Góis.
Foram
consultados o site da Biblioteca da UFMG, documentos de referência do Plano
Municipal de Leitura de Belo Horizonte, o SGE (Sistema de Gestão Escolar de
Belo Horizonte), debates levantados em reuniões de formação dos servidores
públicos desenvolvidas pela Prefeitura de Belo Horizonte, bem como portarias
que legislam sobre o funcionamento dos setores administrativos das escolas
municipais da cidade.
OLIVEIRA,
(1997) conceitua manual como sendo um conjunto de normas, procedimentos,
funções, atividades, objetivos, orientações, políticas, a serem desempenhadas
por indivíduos com uma explicação detalhada de como serão executadas tais
tarefas. O autor em questão defende que a utilização de Manuais de
Procedimentos e Práticas são essenciais para o pleno funcionamento
administrativo pois sistematizam, organizam, e propõem uma metodologia num
ambiente que dela necessite.
Vale
registrar que se os manuais não forem utilizados de forma fluida, revisados,
discutidos, atualizados e debatidos ficam desatualizados e ultrapassados. E
passam a não refletir a realidade do setor administrativo, mas se reduzindo a
mais uma burocracia sem funcionalidade nos setores. A sua utilização é bastante
utilizada em grandes empresas de forma benéfica.
VIANA, et al (2012) explicita a inexistência nas escolas públicas
de Educação Básica uma infraestrutura que realmente atenda o seu público. O que
compreende arquitetura, espaço, instalações, equipamentos, recursos
didático-pedagógicos, à ventilação, aos sons e ruídos. Estes problemas são mais
agravantes nas em estabelecimentos de ensino das regiões periféricas e
populares confirmando que as desigualdades sociais são reproduzidas nos espaços
escolares.
A escola de qualidade é aquela que tem como valor fundamental a
garantia dos direitos de aprendizagem dos seus alunos, ensina o que é
relevante, dispõe de infraestrutura, valoriza os profissionais de educação, e
utiliza os recursos sem desperdícios. Uma escola deve ser descrita por
indicadores, de acordo com VIANA, et al, (2012) como: alunos, recursos,
professores, projeto pedagógico, cultura, gestão, resultados, custos.
2.5.1 AS ETAPAS DE ELABORAÇÃO
•
Definição dos recursos a serem
dispensados para a confecção do Manual de Procedimentos e Práticas dos Setores
Administrativos de uma Escola Pública Municipal localizada em área de
vulnerabilidade social;
•
Definição dos responsáveis pela
realização dos procedimentos e práticas dos setores em questão: Biblioteca e
Secretaria;
•
Definição em conjunto pela Equipe
Administrativa da Escola de um esqueleto de ações e práticas respeitando a sua
periodicidade para realização do Manual;
•
Identificação de ações primordiais que
carecem de maior cuidado que farão parte do Manual de Procedimentos e
Práticas Administrativas da Escola.
Organização
destas ações de acordo com a sua periodicidade e complexidade;
.Exposição
do conteúdo do Manual anualmente para os novos profissionais envolvidos em sua
prática e para os responsáveis diretos pelos setores com sugestões de mudanças
e discussões dos avanços;
Finalização
do Manual com a aprovação de todos os envolvidos em sua dinâmica e possíveis
negociações;
Café
de Socialização de Finalização do Projeto de Manual de Práticas e Procedimentos
da Biblioteca com exposição das melhores práticas e soluções do ano;
Material necessário |
Quantidade solicitada |
Preço estimado |
Manual a ser confeccionado na unidade de 1 para cada setor e 1
para a chefia imediata contemplando os dois setores. |
3 |
R$30,00 |
Data-show |
1 |
0 |
Material digitalizado do manual para cada servidor público com
pen-drive |
7 |
80 |
Café de Sozialização de Saberes e Ações desenvolvidas pelo
serviço público e atendimento dos setores |
1 |
50 |
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Torna-se
claro que o planejamento destas atividades realizadas na Biblioteca e na
Secretaria da Escola Municipal Carlos Góis é essencial, e um esqueleto das
mesmas é primordial para o funcionamento pleno e orgânico do setor. Cabe salientar
que um esqueleto é norteador e não um manual endurecido de instruções não
adaptado à realidade escolar.
A
prática é essencial para a fluidez do manual na medida que o alimenta. O manual
proposto é norteador e não um simples roteiro de instruções em como ser eficaz.
A prática é essencial para que o manual seja alimentado de informações precisas
e documentos importantes.
O
Manual de Procedimentos e Práticas das Atividades Administrativas da Escola
Municipal Carlos Góis será realizado pela equipe Administrativa da Escola com a
chefia direta e um responsável da Secretaria Municipal de Educação com a
finalidade de esclarecer os servidores públicos educacionais que nela trabalhem
acerca da importância da execução das tarefas e atividades administrativas cotidianas
para o setor e a comunidade escolar.
O manual funcionaria como um facilitador e disseminador do
trabalho do servidor administrativo público desempenhado no seu setor junto à
comunidade que atende. Geralmente, inexiste nas escolas públicas de Educação
Básica uma infraestrutura que atenda o seu público. O que compreende
arquitetura, espaço, instalações, equipamentos, recursos didático-pedagógicos,
à ventilação, aos sons e ruídos. Estes problemas são mais agravantes nas em
estabelecimentos de ensino das regiões periféricas e populares.
REFERÊNCIAS
BELO
HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Educação. Política de
desenvolvimento de acervo das bibliotecas escolares da Rede Municipal de
Educação de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Programa de Bibliotecas, Grupo de
Estudos de Acervo, 2009.
DECRETO Nº 16.690, DE 1º DE SETEMBRO DE 2017. Dispõe sobre a organização da Secretaria Municipal de Educação.
DECRETO Nº 16.386/2016 1ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE LEITURA,
LITERATURA, LIVRO, E BIBLIOTECAS DE BELO HORIZONTE.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número
9394, 20 de dezembro de 1996.
LEI Nº 12.244 DE 24 DE
MAIO DE 2010. Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições
de ensino do País.
MAYORGA, Claudia.
Universidade cindida, Universidade em conexão: Ensaios sobre a democratização
da universidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
MOURA, Dácio G. e BARBOSA,
Eduardo, F. Trabalhando com Projetos: Planejamento e Gestão de Projetos
Educacionais. Petrópolis: Vozes, 2006.
OLIVEIRA, Dalila Andrade.
Mudanças na gestão e na organização do trabalho na escola. In: Política e
gestão da educação. Belo Horizonte. Autêntica. pp.125-145.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho
Rebouças de. Sistemas, organizações e métodos: uma abordagem gerencial. 8ª ed.
São Paulo: Atlas, 1997 p.392-430.
PORTARIA SMED Nº 305/2018. Dispõe sobre a organização do quadro de Assistentes
Administrativos Educacionais das Escolas Municipais de Educação Infantil
(Emeis) e das Escolas Municipais e dá outras providências.
ROCHA, Luís Osvaldo
Leal da. Organização e Métodos: uma abordagem prática.4 ed. São Paulo: Atlas,
1983, p.202-208.
VIANA, et al. A
qualidade da escola pública no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2012.