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Bianca Jacqueline Silva
Coordenadora de Gestão de Pessoas da
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) Campus Itabira. Possui
graduação/tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos pela Unicesumar (2017) e pós
graduação em Gestão de Instituições Federais de Ensino Superior pela UFMG
(2019).
André de Carvalho Bandeira Mendes
Psicólogo da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), mestre em Estudos do Lazer – interdisciplinar (UFMG).
Resumo
Este trabalho consiste em um projeto de
implantação de uma horta comunitária no campus Itabira da Universidade Federal
de Itajubá. Para tanto é realizada a descrição da instituição, e o percurso de
elaboração da proposta, que teve seu início no diálogo com os trabalhadores do
campus. No seu manejo, implementação e manutenção é buscado um maior
envolvimento com a comunidade universitária e com a população por meio de ações
de extensão, permeando as dimensões social, cultural e ambiental da
universidade. As etapas do projeto contemplam atividades de sensibilização e
mobilização, de aspectos da gestão comunitária e da sustentabilidade,
levantamento de recursos humanos e materiais, troca de experiência entre os
interessados no desenvolvimento da horta, com a busca de maior inserção da
população idosa que participará do cultivo, em uma perspectiva de transmissão
de conhecimentos culturais e fortalecimento dos vínculos do grupo. Para a
proposta da efetivação da horta comunitária foi constituída uma equipe gestora,
responsável pela preparação do espaço físico e coordenação das atividades de
manutenção da horta. A horta é planejada como espaço de observação, cultivo e
lazer, podendo contribuir com o ensino e ações sobre ecologia, educação
ambiental, gestão integrada dos resíduos sólidos e orgânicos da unidade,
impactando positivamente o meio ambiente local e saúde dos envolvidos. A
produção e o consumo de alimentos da horta poderão, futuramente, contribuir na
geração de renda e como forma de estímulo de hábitos saudáveis de alimentação,
além de promover a interação homem/meio ambiente e homem/homem, independente de
qual papel ocupa na universidade. A redução na produção de resíduos, bem como
seu manejo, poderá ser efetivada pelo aproveitamento e reuso de materiais, tanto
para a produção de adubo quanto para construção de canteiros e revitalização de
espaços subaproveitados da Unidade. A UNIFEI, através dessa ação integrada
entre a comunidade universitária e a população da cidade, ainda que essas
categorias sejam de difícil delimitação conceitual, ampliará o seu rol de ações
de extensão, promovendo a disseminação de boas práticas.
Introdução
Este
Projeto de intervenção, planejado para ser implementado no campus Itabira da
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), propõe a constituição de uma horta
comunitária com a participação e contribuição dos diversos segmentos da
instituição e da população que usufrui dos serviços e do espaço do campus.
A
proposta envolve a comunidade universitária de maneira ampliada, composta não
apenas pelos docentes, discentes, técnicos administrativos e empregados
públicos, mas também pela comunidade que frequenta o espaço através de ações de
extensão, e até mesmo, em um segundo momento, pessoas que transitam pelo campus
utilizando-o como um espaço de lazer (MARCELINNO, 1996) e ainda de atividade
física. Essa proposta visa proporcionar, então, o bem-estar físico, convívio
social e comunitário, além de contribuir em alguma medida para a melhoria
socioeconômica. O resultado esperado, assim, será um conjunto das diferentes
habilidades do grupo, com contribuições orquestradas por um grupo gestor da
instituição.
As
hortas comunitárias podem estar se tornando comuns[1]
na organização das cidades, normalmente com incentivo e protagonismo municipal,
mas no campus em questão existem espaços disponíveis e inexiste essa prática.
As culturas tradicionais de um modo geral produzem conhecimentos importantes,
aonde ainda que de maneira tácita (TRAVAHA, 2016 in PAES, PEREIRA, orgs.) fazem
parte da prática social de diversos grupos, constituindo um ethos (GEERTZ,
2011) comunitário próprio. Pela falta de registro material, assim como por
constituírem práticas cotidianas, são muitas vezes ignorados ou apropriados
indevidamente. O diálogo participativo entre as comunidades tradicionais e a
universidade é um dos instrumentos mais eficientes na construção de práticas
mais humanizadas na saúde, na educação e nas questões ambientais.
De
acordo com a Lei nº 7.794, de agosto de 2012, que institui a Política Nacional
de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), algumas ações contribuem para o
desenvolvimento territorial e a qualidade de vida da população por meio do uso
sustentável dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis.
Neste contexto, os espaços comunitários aparecem como um dos ambientes
prioritários e são considerados estratégicos para a promoção da saúde. A
construção da horta comunitária constitui-se, assim, em um instrumento que,
pelos aspectos ecológicos e de biodiversidade apresenta-se como potencial da
agricultura urbana no desenvolvimento das cidades.
A
ideia deste projeto iniciou pela busca da qualidade de vida para os servidores,
principalmente os idosos, unindo com a experiência e legado que poderá ser
deixado aos jovens universitários, como visão geral, temos o planejamento da
implantação de uma prática com resultados positivos em outras experiências.
Observa-se um histórico de resistências combinado com processos de rápida
ocupação, desenraizamento cultural e perda do vínculo com as atividades
agrícolas, principalmente em um ambiente universitário de áreas exclusivamente
exatas, o que faz com que a implantação da horta venha não só para superar os
limites acadêmicos, mas também como forma de construção de uma cultura social,
humana e sustentável, resgatada por meio do convívio intergeracional que ocupam
e se ocupam no campus, desfragmentando conhecimentos.
2. Contextualização
A
UNIFEI campus Itabira abriga nove cursos de engenharia, sendo eles mobilidade,
elétrica, controle e automação, mecânica, saúde e segurança, produção,
ambiental, computação e materiais.
Através
de uma parceria pioneira entre governo local, representado pela Prefeitura
Municipal de Itabira, setor privado, através da empresa Vale e Ministério da
Educação (MEC) e UNIFEI foi dado início à implantação do Campus Itabira, cujas
atividades tiveram seu começo efetivo em julho de 2008 com a realização de seu
primeiro vestibular. O Convênio de Cooperação Técnica e Financeira, firmado
entre a UNIFEI, a mineradora Vale e a Prefeitura de Itabira, garantiu a
construção do campus da universidade e a montagem dos laboratórios.
Esse
convênio estabeleceu o comprometimento da Vale com o provimento dos
equipamentos destinados aos laboratórios dos cursos, que são utilizados nas
atividades de formação, geração e aplicação de conhecimento. À Prefeitura de
Itabira coube prover a infraestrutura básica necessária, sendo esta a área com
benfeitorias, para funcionamento da Universidade. A área já destinada e alocada
ao Complexo Universitário possui aproximadamente 604 mil m² e fica localizada
no Distrito Industrial II da cidade.
A
proposta do Campus de Itabira é de uma universidade essencialmente inovadora e
tecnológica, com ensino e pesquisa voltados às demandas atuais e futuras de
mercado, incentivo ao empreendedorismo e comprometimento com o desenvolvimento
local e regional.
Em
setembro de 2019, conforme dados obtidos com a instituição, a UNIFEI de Itabira
contava com aproximadamente 85 servidores técnicos administrativos, 156
docentes, 81 empregados públicos e 2100 alunos, distribuídos em dois prédios e
três anexos. Em dois anos e meio estão previstas a entrega de mais três
prédios, aonde a meta é atingir 4500 alunos. A cidade que abriga o campus está
distante cerca de 548 km da sede da Universidade em Itajubá, envolvendo um
deslocamento com duração aproximada de 7h30min entre as unidades. É importante
apontar a grande diferença regional que existe entre ambas as localidades,
sendo a sede quase na fronteira com São Paulo, com forte presença de empresas
de tecnologia e alto índice de desenvolvimento, e Itabira, no Quadrilátero
Ferrífero, com economia fortemente vinculada à mineração. O campus fica em uma
área mais afastada do centro urbano, como pode ser visto na figura 1.
FIGURA 1: Localização do campus da Unifei em Itabira
Fonte: Google Maps, 2019.
As
universidades apresentam três pilares, sendo eles o ensino, a pesquisa e a
extensão. A extensão é a vertente em que os projetos sociais abrangem toda a
comunidade de forma mais efetiva e imediata, visto que aglomera discentes,
docentes, técnicos e demais funcionários em um projeto único com participação
voluntária e grande troca de experiência.
De
acordo com as Diretrizes Nacionais da Extensão para a Educação Superior Brasileira
(2018), em seu artigo 3º, esta passa a ter foco na atuação direta para com a
comunidade externa:
A Extensão na Educação Superior Brasileira é a atividade que se
integra à matriz curricular e à organização da pesquisa, constituindo-se em
processo interdisciplinar, político educacional, cultural, científico,
tecnológico, que promove a interação transformadora entre as instituições de
ensino superior e os outros setores da sociedade, por meio da produção e da
aplicação do conhecimento, em articulação permanente com o ensino e a pesquisa.
A
construção da horta comunitária dialoga também com as diretrizes da Educação em
Agroecologia por atingir a dimensão social, que ultrapassam os processos de
ensino-aprendizagem formal. Um exemplo da dimensão da Horta Comunitária será
que as pessoas envolvidas no projeto poderão além de melhorar a sua
alimentação, por meio do consumo de alimentos saudáveis, voltarão a ter um
espaço comum de encontro, o qual pode ter se perdido em meio à diversidade
cultural do ambiente universitário. Será possível discutir e encaminhar outras
questões referentes à organização comunitária, como por exemplo, dialogar com
as atividades da Educação Alimentar e Nutricional (EAN), campo de conhecimento
e de prática transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional.
Pautado
em metodologias críticas e dialógicas, a EAN orienta-se pelos princípios que
visam a promoção da saúde e a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional
(SAN), prevista na Lei nº 11. 346, de 15 de setembro de 2006, conhecida como
Lei Orgânica de SAN (LOSAN), para promover a prática autônoma e voluntária de
hábitos alimentares progressivamente mais saudáveis. Dentre os princípios da
SAN destacam-se a diversidade de cenários de práticas, a valorização da cultura
alimentar e da culinária, a defesa dos diferentes saberes e a sustentabilidade
social, ambiental e econômica (BRASIL, 2012).
Analisando
essa percepção é onde surgiu a necessidade desse estudo, uma pesquisa-ação que
irá englobar toda a comunidade e a qualidade de vida, pois a produção e o
consumo de alimentos da horta contribuirão para estimular hábitos saudáveis de
alimentação, além de promover a interação homem/homem e homem/meio ambiente.
A
grande diversidade de espécies vegetais medicinais, alimentares e ornamentais,
cultivadas nos quintais pode contribuir para a complementação da dieta
familiar, mesmo quando o cultivo é em pequena escala, resgatando a relação com
a territorialidade. Assim como nos quintais, podemos buscar todos estes
benefícios no cultivo comunitário, aonde além de proporcionar o prazer e o
gosto de plantar, cultivar é também uma ocupação com impactos sobre a saúde e o
bem-estar, podendo ser ainda uma opção de lazer que contribui de forma positiva
para um estilo de vida saudável, com a possibilidade de incremento da qualidade
de vida.
3. Problema
No
momento atual, um dos principais desafios que as universidades enfrentam é a
legitimação das suas ações, visto o contexto da falta de recursos e a
dificuldade de compreensão por parte da sociedade da sua função e do alcance
das suas ações (BOAVENTURA, 2010), constituindo essas organizações em espaços
de desenvolvimento, onde o ensino, a educação e a aprendizagem mantém relações
dialógicas, complexas e recursivas. Diante desse desafio é importante a
articulação de ações com as comunidades, dentro e fora dos espaços físicos
delimitados pelas fronteiras do campus e pelas barreiras socioculturais.
4. Justificativa
A
UNIFEI campus Itabira é afastada da área comercial e central da cidade. O
transporte público é limitado a poucas horas do dia e poucas rotas em torno da
cidade, assim estas condições aumentam o tempo de permanência de alunos e
servidores no campus durante todo o dia. Há de se considerar também que existe
uma grande área verde que não será ocupada pelas novas obras dos prédios.
Os
servidores apontam, ainda que de maneira pouco estruturada, a vontade de ocupar
algum tempo com atividades de lazer e qualidade de vida, evitando os possíveis
quadros de adoecimento mental, uma demanda apresentada pela equipe de saúde do
campus não só em idosos, mas também em grande número de alunos jovens e
adultos. De acordo com o setor de psicologia do campus, no segundo semestre de
2018 foram atendidos 65 alunos, totalizando 91 atendimentos. Já no primeiro
semestre de 2019 foram atendidos 59 alunos em 79 atendimentos. Analisando esses
tópicos, vê-se a necessidade de uma atividade voluntária e contínua, que
permita a participação e envolvimento de pessoas a fim de trabalharem o corpo
em conjunto com a mente. A implantação desta horta comunitária no campus
ajudará a suprir essas necessidades, além de demandas de alimentação saudável
para comunidade mais necessitada.
5. Objetivo
Geral
O
objetivo geral do projeto consiste na implantação de uma horta comunitária na
UNIFEI campus Itabira.
5.1 Objetivos
Específicos
Diante
do objetivo geral proposto, encontra-se os seguintes objetivos específicos:
a) Trabalhar a horta comunitária como
espaço de convívio;
b) Socialização entre a comunidade
acadêmica;
c) Promover incentivo de atividades
físicas, associadas ao cultivo na horta;
d) Incentivar a alimentação saudável, por
meio do consumo dos produtos da horta;
e) Incentivo ao voluntariado em um projeto
social;
f) Redução de lixo com aproveitamento e
reuso de materiais, tanto para a produção de adubo quanto para construção de
canteiros e cercamento da horta.
6. Revisão
Conceitual
Um
dos aspectos mais relevantes da qualidade de vida é a integração social (FLECK,
2008), em que fazer parte de um projeto coletivo é uma forma de incremento
deste fator. Segundo Fleck (op. cit, p. 25) a qualidade de vida, sob a ótica da
Organização Mundial de Saúde (OMS) pode ser definida da seguinte forma: “[...]
a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e
no sistema de valores em que vive em relação a suas expectativas, seus padrões
e suas preocupações”.
Entre
as estratégias existentes para a integração está o trabalho voluntário. O
trabalho voluntário consiste em se dedicar a uma causa, podendo ajudar parte do
tempo de forma a contribuir para o desenvolvimento de algo que se acredita e
que doando o melhor que sabe fazer pode contribuir para o propósito. Segundo
definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que,
devido ao seu interesse pessoal e espírito cívico, dedica parte do seu tempo,
sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de
bem-estar social, ou outros campos[...]". Barros (2010), caracteriza um
voluntário a pessoa que realiza esse trabalho pela vontade de contribuir,
independentemente da idade, com o bem-estar social.
No
Brasil, 54% dos adolescentes querem ser voluntários, mas apenas 7% realizam
algum trabalho comunitário; nos EUA, 62% dos jovens o fazem. Esse índice é
quase o mesmo entre os adultos (QUADROS, 2015), uma das razões frequentemente
apontadas para o engajamento em trabalhos voluntários é que nas atividades
diárias não existem muitos desafios nem realizações, nem liberdade de ação
suficiente, e nas empresas em geral não existe uma missão, apenas conveniência.
(ZÁRATE, et al., 2016).
Atualmente
é comum voluntários citarem que estão colaborando para retribuir algo a
sociedade, porém ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho
voluntário, descobrem-se pelo menos dois componentes fundamentais: o de cunho
pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior
que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se
enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento
com uma causa (Corullón, 2010).
6.1 Promoção
da saúde
O
estado de normalidade de funcionamento do organismo humano é o conceito de
saúde, além da boa disposição do corpo e da mente, a OMS insere o bem-estar
social entre os indivíduos no conceito.
A
definição de promoção de saúde iniciou com a Declaração da Alma-Ata (1978), e
foi desenvolvido na Carta de Ottawa (1986) durante a I Conferência
Internacional sobre Promoção de Saúde (MARTINS, 2005; RIBEIRO, 2013). O
Ministério da Saúde (2018), define a promoção de saúde como um conjunto de
estratégias voltadas à melhoria da qualidade de vida de indivíduos e
coletividades. Já a carta tem como objetivo garantir o acesso universal à
saúde, em consonância com o princípio da justiça social, e não deve ser
atribuição somente do setor de saúde, mas também dos outros não diretamente
implicados, e que a saúde seja meta nas elaborações de programas políticos e
responsabilidade de todos os setores.
Segundo
Gutierrez (apud BUSS, 2003) promoção de saúde é um conjunto de atividades,
processos e recursos, orientados ao melhoramento de condições de bem-estar e
acesso a bens e serviços sociais, que favoreçam o desenvolvimento de
conhecimento e comportamentos positivos ao cuidado com a saúde e a criação de
estratégias que permitam que a população tenha mais controle sobre sua saúde e
suas condições de vida, a nível individual e coletivo.
A
OMS (1997) define que uma das melhores formas de promover a saúde é através da
escola e conforme Sperandio (2010), a promoção da saúde permite e estimula a
integração e articulação dos diferentes setores, gestores do espaço, a fim de
desenvolver territórios saudáveis, o que permite a criação do sentimento de
participação dos usuários e consequentemente, cria-se um espaço de diálogo. A
horta comunitária é um exemplo de atividade que contribui para a promoção de
saúde, além de fomentar o empoderamento dos sujeitos (Honda, 2018),
6.2 O
papel da Horta e Importância da Agricultura Urbana e Periurbana
Segundo
Sperandio et al., (2015). Horta Comunitária Saudável é aquela que permite, para
além da alimentação saudável, uma adequação do Planejamento Urbano,
considerando os documentos legais que o norteiam. Estudos indicam uma
associação entre proximidade de áreas verdes e desfechos positivos de saúde,
como menores índices de obesidade, de doenças cardiovasculares, de doenças
mentais, menos estresse, aumento da coesão social e da frequência de atividade
física, além dos serviços ambientais prestados (AMATO-LOURENÇO et.al., 2016).
A
agricultura urbana e periurbana tem-se apresentado como alternativa sustentável
para o meio ambiente e à saúde humana, por consistir em uma forma de suprir os
sistemas urbanos de produção alimentar conforme aponta Ribeiro (2013) Esse tipo
de agricultura pode ser encontrado em hortas comunitárias, quintais, escolas, e
traz benefícios nos âmbitos ambiental, social, econômico e de saúde
(FAJERSZTAJN; VERAS; SALDIVA, 2016).
De
acordo com Honda (2018) a agricultura apresenta benefícios como melhoramento do
uso eficiente de energia e água e os benefícios para a produção de alimentos, e
mais ainda se forem utilizadas alternativas agroecológicas. Para Irala (2001) a
horta pode proporcionar uma grande variedade de alimentos gratuitos permitindo
que toda a comunidade tenha acesso a essa variedade.
6.3 Programa
e políticas públicas
A
definição de políticas públicas relacionadas à promoção da saúde depende,
diretamente, do reconhecimento por parte da gestão em relação a necessidade de
ações intersetoriais (MOYSES; KREMPEL; MOYSES, 2010). Segundo Sperandio et al.,
(2015) as mudanças em relação às práticas de governo exigem novas formas de
organização, sobretudo no desenvolvimento e aplicação do planejamento urbano e
territorial, essencial na contribuição com o fortalecimento das autoridades e
gestores administrativos.
Na
cidade de Itabira, segundo Rosana Linhares, Secretaria Municipal de Saúde, em
setembro de 2019, existe um projeto de agricultura familiar aos cuidados da
Secretaria de Agricultura, onde o manuseio fica aos cuidados da vigilância
sanitária. E demais projetos que promovem a prevenção e qualidade de vida, como
o Pics que garante assistência a pacientes com medicamentos, curativos e exame.
Bem como, controle de endemias através da vigilância sanitária em conjunto com
os agentes de saúde com visitas familiares para orientação sobre cuidados para
a saúde, explicações sobre como evitar criadouro de mosquitos, acúmulo de lixos
e também implementação de 100% de Programa Saúde da Família.
Diretamente
na área de promoção de produtos alimentícios existe palestras e cursos
ministrados pelos agentes de vigilância sanitária, realizando a prevenção e
promoção de saúde, seguindo assim as diretrizes da política pública em Itabira.
7. Estratégia
de Ação: implantação e monitoramento
A
ideia do projeto teve início através de uma reunião entre a equipe de saúde da
UNIFEI campus Itabira, direção do campus e a Coordenadora de Gestão de Pessoas.
Foi reportado pela equipe de saúde os problemas relacionados aos empregados
públicos, sendo vários deles senhores mais velhos que apresentam graves
problemas de saúde física e mental, o que gera, além de má qualidade de vida no
trabalho, um grande crescimento no absenteísmo.
Assim
foram buscadas alternativas que pudessem melhorar a qualidade de vida dentro do
campus, que atingissem a todos, mas principalmente aqueles que reportavam
adoecimento mental, área em que a instituição pode e deve atuar de forma mais
efetiva. A ideia da implantação da horta comunitária emergiu pela existência de
empregados públicos com habilidades e interesse nessa prática, que poderiam
fazer muitas atividades e que no momento da construção do Projeto estavam
relatando estarem subutilizados. Desde então a universidade decidiu assumir
esta responsabilidade e colocar o projeto em prática.
A
primeira ação consistiu em convencer a Diretoria geral do campus, que
forneceria espaço e estrutura física para viabilizar a horta. Após reunião com
o Diretor, na qual foram explicados todos os benefícios possíveis e o que seria
necessário para implantação, bem como seria mantida a horta, este permitiu a
execução das atividades, sendo necessária a construção do projeto e definição
da equipe responsável.
O
segundo passo foi convidar uma equipe interessada e comprometida com a criação
da horta e que pudesse se dedicar pelo menos nessa fase inicial. Até o momento,
a equipe consiste em uma gestora de recursos humanos, na função de coordenadora[2],
uma auxiliar de enfermagem, que ainda é formada em ciências biológicas, um
engenheiro civil e um jardineiro atuando diretamente, cada qual com sua
experiência para construção da estrutura inicial.
QUADRO 1: Equipe
gestora do projeto
Atribuição |
Cargo |
Formação |
Efetivo – quadro permanente |
Coordenadora |
Assistente em Administração |
Gestora de RH |
Sim |
Co-coordenadora |
Auxiliar de Enfermagem |
Enfermeira |
Sim |
Engenheiro |
Engenheiro Civil |
Engenharia Civil |
Sim |
Jardineiro |
Jardineiro |
Fundamental |
Não (anistiado) |
Fonte: Autora, 2019
Essa
equipe circulou pelo campus e dialogou com os trabalhadores a fim de encontrar
o melhor espaço, considerando algumas questões nessa fase:
- o projeto das obras de expansão do
campus, para ter certeza que os espaços vagos continuarão sem uso;
- disponibilidade de água;
- análise do solo;
- quantidade de sol por dia;
- tamanho do terreno.
Após
as considerações do Engenheiro Civil e do jardineiro, que atuam no setor de
Infraestrutura da UNIFEI, foram selecionados dois possíveis terrenos, que foram
repassados à Diretoria Geral do Campus para análise e autorização, assim o
espaço foi definido. O terreno disponibilizado está localizado atrás de uma
estrutura pré-moldada de salas, anexa ao campus, e tem um tamanho inicial de
mil metros quadrados. Uma situação que ajudou a definir o espaço foi aproveitar
parte do cercamento já existente, considerando que o recurso para esta proposta
é inexistente, gerando a dependência de doações e patrocínios para esta
estruturação, especialmente no atual contexto de falta de verbas das
universidades federais. Na figura 2 é possível a visualização do espaço de
forma mais concreta, sendo as mesmas imagens reais do terreno registradas em
setembro de 2019.
FIGURA 2: Terreno da horta
Fonte: Autora, 2019
Definido
o terreno, foi realizado o pedido junto à Infraestrutura para limpeza do mesmo
e continuidade do cercamento a fim de conseguir ter controle do espaço e manter
a organização constante. Foi feita uma licitação para contratação da empresa
responsável pela limpeza deste terreno. Após a finalização deste processo o
próximo passo é o cercamento. Este será feito com pedaços de telas metálicas
que serão retiradas de outros espaços em que não são necessários. Ainda serão
necessários aproximadamente 10 sacos de cimento para estabilização das estacas
das cercas. Quanto ao material, estimado pela equipe, ressaltando a falta de
recursos, é de pequena monta conforme o quadro 2.
QUADRO 2: Material necessário para o
cercamento do terreno
Material |
Quantidade |
Forma de obtenção |
Grades |
200 metros lineares |
Remanejamento dentro do Campus |
Cimento portland CP 32 II |
10 pacotes de 50 kg, total de 500kg |
Patrocínio de depósitos de construção / Vale |
Areia |
1500 kg, |
Patrocínio de depósitos de construção / Vale |
Água |
Cerca de 1500 litros |
Universidade |
Material para manejo dos produtos |
Bacias, enxadas, pás |
Universidade |
Fonte: Autora, 2019
Após
a limpeza do terreno e finalização do cercamento, serão definidos quais serão
os plantios, as regras de manutenção e colheita considerando o tempo de
crescimento de cada espécie, bem como as esquipes responsáveis por esta
manutenção e acompanhamento. As mudas serão adquiridas por doações através da
Prefeitura Municipal e Secretaria de Saúde e dos servidores já envolvidos. Para
definição destas questões será feita uma consulta pública à toda comunidade
Unifei, sendo servidores e alunos do campus, já que estes são os maiores
interessados e beneficiários deste projeto. A sabedoria e experiência de todos
serão fundamentais para a tomada de decisão sobre os rumos da horta.
O
monitoramento do Projeto será qualitativo e quantitativo, com o qualitativo a
partir do feedback dos participantes e através da observação estratégica, como
rodas de conversa. Quantitativamente serão registrados, em formulário próprio,
que será testado previamente, a frequência dos participantes. A análise da
frequência ocorrerá no acesso a horta, informado na entrada do Campus e
gerenciado por uma planilha eletrônica, com registro do gênero, idade,
quantidade de dias em que foi ao projeto e participação nas atividades de
formação.
Poderá
assim, a partir do exposto, delimitar a proposta como uma intervenção baseada
na pesquisa-ação, aonde, como aponta Gil (1991, p. 130):
“A pesquisa-ação concretiza-se com o planejamento de uma ação
destinada a enfrentar o problema que foi objeto de investigação. Isto implica a
elaboração de um plano ou projeto que indique:
a) quais os objetivos que
se pretende atingir;
b) a população a ser
beneficiada;
c) as natureza da relação
da população com as instituições que serão afetadas;
d) a identificação das
medidas que podem contribuir para melhorar a situação;
e) os procedimentos a serem
adotados para assegurar a participação da população e incorporar suas
sugestões; e
f) a determinação das
formas de controle do processo e de avaliação de seus resultados.
Nesta
metodologia de pesquisa e intervenção as fases de planejamento, implantação,
controle, monitoramento e avaliação são interdependentes, principalmente em um
projeto previsto para ter uma longa duração.
9. Considerações
Finais
O
acesso à Universidade não pode ter como objetivo apenas a obtenção de um
certificado para fins de inserção no mercado de trabalho, deve também agregar
conhecimentos e valores que contribuam para a formação de cidadãos capazes de
construir uma sociedade melhor e mais integrada com a comunidade em que está
inserida.
Como
todo espaço comunitário, cuidados deverão ser tomados para que não seja usado
ou frequentado de forma indevida. Considerando que a universidade é frequentada
por um grande número de jovens em fase de inquietações emocionais e descobertas
pessoais, o espaço deverá ser monitorado a fim de impedir que vire um ponto de
uso de álcool, drogas ou para encontros indevidos para o ambiente.
Mesmo
sendo um terreno não afastado dos demais espaços do campus, o cercamento e a
monitoração não constante podem facilitar estes usos. O controle de acesso será
feito pela Coordenadora do Projeto e este será liberado apenas para a equipe de
empregados públicos e alunos designados como responsáveis pelo plantio e
colheita, bem como toda a manutenção dos canteiros, controle de pragas,
adubação e demais cuidados necessários. Apenas estes terão as chaves do portão.
A colheita será distribuída aos usuários externamente ao terreno e através de
regras ainda não definidas.
Após
as primeiras colheitas será possível avaliar quais as melhores opções de
hortaliças para se manter, considerando melhores épocas do ano, tempo de
retorno entre plantio e colheita e maior demanda de consumo. Também
considerando as demandas de consumo, deverá planejar regras de sustentabilidade
para que a horta tenha condições de se manter de forma autossuficiente. A ideia
da Coordenadora do Projeto é que os alunos e servidores possam consumir de
forma consciente, contribuindo com um valor simbólico que será revertido para o
sustento da horta, com manutenção dos canteiros, prevenção e controle de
pragas, adubos e futuro crescimento do espaço físico.
Dentre
as principais contribuições da horta comunitária, espera-se poder destacar três
eixos: saúde e qualidade de vida, meio ambiente e organização comunitária. A
saúde e qualidade de vida por meio de discussões sobre melhores hábitos
alimentares, bem como acesso a estes hábitos por toda a comunidade e interação
social vinculada ao trabalho e lazer, como forma de cuidar da saúde mental. Em
relação ao meio ambiente, espera-se a conservação dos recursos naturais e
amenização do impacto ambiental decorrente da ocupação humana, buscando a
sustentabilidade e reutilização e reciclagem de resíduos. Em relação à
organização comunitária, vinculando à qualidade de vida, ressalta-se a
importância da integração entre toda a comunidade, podendo expandir para além
da Unifei, como incentivo à Prefeitura Municipal a ampliar o projeto à toda
comunidade Itabirana, envolvendo crianças e adolescentes de escolas públicas
como parte de projetos sociais.
Possivelmente
o tamanho não será suficiente considerando o número de usuários, que são
estimados em aproximadamente 350 servidores e 2000 alunos. Será trabalhada a
possibilidade de crescimento quando surgirem maiores demandas por parte destes
usuários e gradativamente com o consumo ativo.
Referências
AMATO-LOURENÇO, Luís Fernando; MOREIRA, Tiana
Carla Lopes; ARANTES, Bruna Lara de; SILVA FILHO, Demóstenes Ferreira da;
MAUAD, Thais. Metrópoles, cobertura
vegetal, áreas verdes e saúde. Estudos Avançados, v.30, n.86, p.113-130,
2016.
BARROS, K. O Valor do Trabalho Voluntário. Disponível em
<http://www.assema.org.br/artigos2.php?id_artigo=7
> Acesso em 29 de ago. 2019.
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Institui a Política Nacional de
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[1] Um exemplo desta política é o Programa Territórios Sustentáveis da
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) que incentiva e assessora os
projetos de hortas comunitárias. Maiores informações podem ser obtidas no
endereço eletrônico da PBH: <https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/prefeitura-de-belo-horizonte-incentiva-
hortas-comunitariase-inclusao-social>. Acesso em 08 de outubro de 2019.
[2] Convém apontar que a autora deste trabalho atua na Gestão de
Pessoas da instituição, sendo servidora deste setor desde outubro de 2015 e
está Coordenadora desde Dezembro de 2017.