💢 Artigo em PDF

Gonçalo Nuno de Pedrosa Santos Pires

Aluno do curso de especialização em Gestão de Instituições Federais de Educação Superior (GIFES)- FAE/UFMG.

 

Leonardo Antonio Soares

Professor adjunto UFMG - FALE.

 

 

RESUMO 

Com relação aos três pilares da universidade, ensino, pesquisa e extensão, percebemos que as duas primeiras, são claramente identificáveis no cotidiano do campus universitário, sendo assim o ensino ocorrendo nas salas e em vários outros espaços didáticos; a pesquisa nos laboratórios, in loco ou nas bibliotecas. Porém, vários pesquisadores identificam a importância de a instituição não se afastar do compromisso com a sociedade, sendo assim a extensão universitária possui grande relevância nesse contexto, pois seu compromisso com valores como transformação social, democratização da sociedade e formação crítica e cidadã, convoca a universidade a  estabelecer um elo com a comunidade que a cerca. Este artigo tem como foco de análise o Projeto Incluir, da UFMG, e seu objetivo principal é analisar a gestão participativa e sua importância como fator de crescimento pessoal e profissional dos educandos e, principalmente, dos voluntários do projeto. Para que os objetivos sejam atingidos foram usados autores como Ruas e Romanini (2013), Vaz (2008), Sancho (1998; 2006) e Freire (2001), além de documentos oficiais que incluem o próprio manual de criação do projeto em análise. Pela análise dos dados ficou comprovado que, através da gestão e organização compartilhada, o projeto é capaz de identificar problemas e atender à comunidade de forma eficaz, os recursos tecnológicos se mostram ferramentas essenciais, não comente para gestão compartilhada, mas para a interação e execução de tarefas ligadas à manutenção dos cursos ofertados. Por fim, ficou claro o alto grau de satisfação e integração entre os voluntários e o projeto, o que significa um atendimento mais eficiente ao público atendido.

 

Palavras-chave: Extensão. Gestão. Tecnologias. Voluntariado.

 

ABSTRACT

Regarding the three pillars that support the university, teaching, research and extension; we realize that the first two are clearly identifiable in the daily life of the university campus, thus the teaching takes place in the classrooms and many other didactic spaces; research in laboratories, onsite or in libraries. However, several researchers have identified the importance of the institution not departing from its commitment to society, thus the university extension has great relevance in this context, because its commitment to values ​​such as social transformation, democratization of society and critical formation calls for university to establish a link with the surrounding community. This article focuses on the Project Incluir, UFMG, and its main objective is to analyze the participatory management and its importance as a factor of personal and professional growth of students and, mainly, the project volunteers. In order to achieve the objectives, authors such as Ruas and Romanini (2013), Vaz (2008), Sancho (1998; 2006) and Freire (2001) are used, as well as official documents that include the project creation manual itself. The data analysis showed that, through shared management and organization, the project is able to identify problems and serve the community effectively. Technological resources represent essential tools, not only for shared management, but for interaction and execution of tasks related to the maintenance of the courses offered. Finally, it was clear the high degree of satisfaction and integration between the volunteers and the project, what means more efficient service to the public served.

 

Keywords: Extension. Management. Technologies. Volunteering.

 

INTRODUÇÃO

 

A universidade se caracteriza como um espaço de formação e produção de conhecimento, ou seja, ela não pode ser vista apenas como a porta para se conseguir uma colocação no mercado de trabalho, mas “o núcleo de uma instituição universitária é a qualidade e eficácia dos processos de ensino e aprendizagem que, alimentados pela pesquisa, promovem melhores resultados de aprendizagem dos alunos” (LIBÂNEO, 2003). A universidade deve, pois, promover a pesquisa, estudos específicos com vistas ao desenvolvimento humano e tecnológico para, dessa forma, cumprir seu papel transformador na sociedade na qual está inserida. Libâneo (2003) ressalta ainda que o ensino é uma das facetas da universidade, mas é preciso considerar o tripé que dá sustentação à universidade: ensino, pesquisa, extensão. O que demonstra a importância fundamental do ensino, da pesquisa e da extensão que na universidade devem ser inseparáveis. Direcionamos o olhar para uma das bases deste tripé, através de um foco mais direto nos cursos de extensão.

Nos sábados pela manhã, a Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se transforma no espaço do Projeto Incluir – EICIS, um projeto de extensão, gerido por uma equipe de 140 voluntários que, durante seis horas, transforma a Escola de Engenharia em uma ação social que oferece dezoito cursos de capacitação e cultura para aproximadamente 1.300 alunos.

Meu interesse pelo projeto surgiu pelo fato de minha esposa e filha participarem de atividades aos sábados pela manhã pelo período de quase dois anos e, quando possível, eu as acompanhava. Como não estava inscrito nas atividades, tornei-me um espectador das dinâmicas do projeto, que indicaram algo que iria além do cotidiano escolar formal e tradicional.

            Cabe ressaltar que o projeto é muito interessante do ponto de vista da participação dos jovens e dos adultos que o frequentavam, seja devido ao acesso aos cursos, principalmente de Inglês, ou pelas possibilidades que se abrem a partir dessa participação. Neste sentido, muitos alunos que lá estão inscritos, apresentam relatos acerca das chances e oportunidades que eles possuem ao fazerem os cursos.

O artigo tem como foco de análise o Projeto Incluir e seu objetivo principal é analisar a gestão participativa e sua importância como fator de crescimento pessoal e profissional dos educandos e, principalmente, voluntários inscritos no projeto. Dentre os objetivos específicos estão (a) identificar como as novas tecnologias de comunicação podem se tornar parte de projetos e contribuir para a gestão participativa, (b) analisar o grau de satisfação dos voluntários participantes a partir do uso dos recursos tecnológicos e (c) apontar a importância de projetos capazes de integrar a universidade ao seu contexto de inserção.

É importante ressaltar que, em termos de público envolvido, nosso foco recairá sobre os voluntários e seu papel no projeto e não sobre os alunos atendidos. Por outro lado, as tecnologias por eles usadas no processo também serão analisadas.

Foi realizado um levantamento bibliográfico e documental sobre o Projeto Incluir, que apesar do tempo existência, quase uma década, da quantidade e da importância para a vida dos atendidos, não se configura de forma enfática como objeto de pesquisa ou investigação acadêmica.

Sendo assim, este estudo utiliza-se de investigações que contemplam os métodos qualitativo e quantitativo, uma vez que entrevistas com os voluntários, análise de documentos internos e publicações sobre o Projeto Incluir e observações servem de suporte.

Com relação aos autores usados base teórica neste artigo destacam-se Ruas e Romanini (2013), Vaz (2008), Sancho (1998; 2006) e Freire (2001), além de documentos oficiais que incluem o próprio manual de criação do projeto em análise.  

Na discussão do uso das tecnologias da informação, optamos por artigos acadêmicos e reportagens sobre conceitos de uso de equipamentos e plataformas, como BYOD – do inglês, Bring Your Own Device (traga seu próprio dispositivo), que são parte da dinâmica de trabalho dos voluntários do projeto.

Por outro lado, foram usados fragmentos de entrevistas feitas com três voluntárias participantes do projeto com o intuito de poder analisar o grau de autonomia, satisfação e envolvimento.

 

A pesquisa visa ainda responder aos seguintes questionamentos:

 

      I.        Como o projeto é gerido para que ele consiga abranger e atender efetivamente todos os alunos?

    II.        Qual o papel dos recursos tecnológicos e quais são as ferramentas e plataformas utilizadas, tanto na gestão quanto na sua organização?

   III.        Qual o papel dos voluntários e integrantes do projeto na busca de integração com a comunidade atendida?

 

 Ainda considerando o viés de um projeto social, com base no voluntariado, que conta com recursos financeiros restritos, pergunta-se como o uso compartilhado de equipamentos, plataformas pessoais, redes sociais e acesso à internet se dá nesse contexto.

Passo a seguir à apresentação da base teórica que será usada como suporte neste artigo.

 

1-    BASE TEÓRICA

 

Quando falamos dos três pilares da universidade, ensino, pesquisa e extensão, percebemos que as duas primeiras, são claramente identificáveis no cotidiano do campus universitário, o ensino ocorrendo nas salas e em vários outros espaços didáticos; a pesquisa nos laboratórios, in loco ou nas bibliotecas e, por vezes, fora da universidade que, pela própria necessidade de escrita e mensuração gera um número de publicações, até pela necessidade da divulgação, que é intrínseco ao próprio fazer da pesquisa.

Porém, vários pesquisadores identificam a importância de a instituição não se afastar do compromisso com a sociedade que financia tais pesquisas:

 

 A extensão universitária possui grande relevância nesse processo, pois seu compromisso com valores como transformação social, democratização da sociedade e formação crítica e cidadã, convoca a universidade a se deslocar de um lugar elitista e muitas vezes desqualificador de nossa própria história, valorizando saberes distintos e reconhecendo atores diversos como autores desses saberes. (MAYORGA, 2016:02)

 

Neste sentido, Rua e Romanini (2013) afirmam que o reconhecimento dos problemas políticos e a absorção das demandas dependem, de dois fatores: a ação coletiva e do grau de abertura do sistema político institucional. Deste modo, um projeto representaria tal elo entre universidade e sociedade e poderia agir para solução de uma demanda identificada.

Sendo assim, um conjunto de atores sociais se organiza na busca de formas de enfrentamento de um problema, através de uma política pública, programa ou projeto e, conforme enfatizam Rua e Romanini (2013) o enfrentamento irá dispor de uma estrutura política e social composta por indivíduos e grupos com funções e papeis definidos (gerentes, administradores, prestadores de serviços, fornecedores, financiadores, implementadores, usuários ou beneficiários do programa/projeto.

Mas identificar os problemas sociais que demandam atuação, apesar dos seus efeitos estarem muitas vezes visíveis aos olhos em forma de sofrimento ou dificuldade para acesso a direitos e bens comuns negados por conta do pertencimento a uma condição social excludente, quase sempre se mostra uma tarefa desafiadora.

Dentre as várias mazelas sociais que afligem a população, em especial a população jovem, foi a dificuldade de acesso à educação e à formação para o trabalho os pontos identificados pelos criadores do Projeto Incluir e transformados em foco de atuação.

Neste ponto identificamos outro autor cujas teorias são importantes para este artigo, pois o trabalho sistemático e as ações focalizam no atendimento aos educandos atendidos perpassam pelas reflexões de Paulo Freire (2001) que afirma que  “o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros” (p.58), de modo que a organização interna, mesmo a burocrática,  tenha como foco a melhoria dos processos para possibilitar um atendimento digno aos usuários do projeto.

Cabe ressaltar que estamos lidando com um projeto e, como tal, ele possui sua gama de atuação, mas também possui limites. Rua e Romanini (2013) advertem que  “não se deve se confundir o objetivo da política pública, do programa ou projeto” (p. 126), de modo que apesar de resultados muito positivos para a população atendida e para os que participam do projeto como voluntários, ele se configura como um simulador em pequena escala de ações que poderão tornar-se, quem sabe um dia, uma política pública.

            Ao propormos um olhar sobre a organização do projeto, que como toda organização demanda utilizar as mais diversas ferramentas de gestão, recorremos a Vaz (2008:02) que faz um resumo das teorias de gestão no qual aponta os principais componentes de um processo são:  

 

(a)  Entradas: são os insumos necessários ao funcionamento do processo;  

(b)  Saídas: são os produtos e informações geradas pelo processo;

(c)  Procedimentos de operação: são as várias operações, estruturadas de maneira lógica e pré-concebida, que garantem a transformação dos insumos em produtos;

(d)  Critérios de controle: são os elementos de avaliação, baseados em padrões de desempenho pré-estabelecidos, que permitem a mensuração de resultados e o controle pelos gestores do processo;

(e)  Recursos humanos: são as pessoas envolvidas nas várias etapas de operação do processo;

(f)   Infraestrutura: são os recursos materiais que criam as condições básicas para a operação do processo, como instalações, equipamentos, materiais de consumo etc.; e

(g)  Tecnologia: são os recursos tecnológicos empregados, incluindo tanto os recursos físicos (computadores, máquinas etc.), como as técnicas e softwares.

 

Nesse estudo focaremos basicamente em dois dos componentes do processo apontados por Vaz (2008), que são os recursos humanos e a tecnologia, incluindo as ferramentas de comunicação e softwares compartilhados durante o trabalho e em função dele.

Apesar de usarmos em larga escala as tecnologias de comunicação e informação “poucas vezes nos perguntamos como tais tecnologias organizadoras e simbólicas configuram e transformam nosso mundo” (SANCHO, 1998 p.24) e isso se faz importante ao investigarmos os voluntários se integram a esses processos em busca de um bem maior que se resume em resolver as demandas dos alunos. 

            Para a análise do uso das tecnologias, em especial sobre seus impactos nas relações humanas, buscamos as contribuições de Sancho (1998:23), que busca dar enfoque na tecnologia para além do utilitarismo:

 

Um dos aspectos considerados mais perigosos da chamada cultura tecnológica é a sua tendência para descontextualizar, a levar em consideração somente aqueles componentes que têm uma solução técnica e a desconsiderar o impacto – nos indivíduos, na sociedade e no ambiente provocado por ela.

 

 

É possível perceber um outro fato que chama a atenção, que é o uso de ferramentas pessoais (hardwares e softwares) pelos voluntários, que compartilham suas ferramentas digitais pessoais com o projeto, formando uma grande rede interligada informal. Tal cooperação é relatada no artigo de Barbosa et al. (2019:12) que afirmam que 

 

Como qualquer inovação, o Projeto Incluir passou pelas etapas de geração da ideia, desenvolvimento e implementação. Esse processo não foi rápido, assim como o crescimento, que ocorreu de maneira gradual e com base na construção de cooperações e parcerias.

 

Pela afirmação dos autores, que na verdade são também idealizadores do projeto, percebe-se também que, em termos de gestão e organização, descobriu-se um caminho para a manutenção do projeto. Isso nos remete à análises de Secchi (2006) que enfatiza que é essencial gerar alternativas consistentes, projetar custos e benefícios e dissolver (ou antecipar) conflitos de interesses e tudo isso irá evitar a repetição, imitação, preconceito ou auto interesse, levando os idealizadores a saírem do achismo para evitar falhas de implementação.

            E foram nesses processos, de gestão, mas principalmente de trocas, de diálogos e buscas de soluções em conjunto que a autonomia do projeto se constituiu, se construiu também a autonomia dos participantes, se iniciando com voluntários e transitando entre educadores e educandos com os processos coletivos de trabalho e uso de tecnologias, de forma que “nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo” (FREIRE, 2001,p.13).

            Devido à exiguidade de tempo e espaço, o artigo focalizará no trabalho dos voluntários, em especial dos voluntários que atuam na secretária e sua relação com as ferramentas tecnológicas compartilhadas. É importante ressaltar que projeto possui um portal em SQL[1]:

 

O sistema desenvolvido por voluntários é utilizado efetivamente desde o segundo semestre de 2014 e possui todas as informações relacionadas ao cadastro dos estudantes, como turmas, notas, frequências e outras informações de interesse do Projeto. O referido banco utiliza a linguagem SQL. (BARBOSA, 2019. Pg.06)

 

Mas apesar de um portal próprio, também desenvolvido por outro grupo de voluntários, percebe-se que muitas de informações passam antes por ferramentas do pacote Microsoft Office transferidos via aplicativo WhatsApp.

             Com relação aos equipamentos usados no espaço físico do projeto, ele conta com algumas poucas impressoras que foram doadas, mas a maior parte dos notebooks e celulares pertencem aos voluntários, o que nos remete  à relação chamada de BYOD – do inglês, Bring Your Own Device (traga seu próprio dispositivo), onde o voluntário compartilha tais recursos. No caso do projeto, isso vai além e há também compartilhamento de licenças de programas, espaço de armazenamento em nuvem, aplicativos e redes sociais.

A rede de internet que interliga as atividades na faculdade de Engenharia, é cedida pela UFMG, com senhas exclusivas para o projeto, mas fora da universidade, a internet também é cedida pelos usuários, o que nos leva a refletir no grau de comprometimento que os participantes possuem.

 

 

2-    O PROJETO INCLUIR

 

Embora algumas nuances a respeito do projeto tenham sido detalhadas acima e comparadas com os autores da base teórica, nesta seção analisamos o projeto de forma mais direta e isso significa identificar concepções, embasamento legal e foco de atuação no contexto de inserção. Para isso faremos uso de Manual do Voluntariado do Projeto Incluir e do artigo de Barbosa et al. (2019) que possuem foco direto nos aspectos supracitados.

O Projeto Incluir é uma atividade de extensão coordenado pelo Professor Titular da UFMG, Francisco Vidal Barbosa[2], tendo a Fundação Christiano Ottoni como responsável pela a gestão financeira e contábil e contando com a parceria da Fundação Mendes Pimentel.

A partir de uma análise no Manual do Voluntário, doravante MV, detecta-se que a missão principal é

Incluir pessoas por meio do acesso ao conhecimento e novas experiências visando a formação de cidadãos solidários, conscientes de seu papel social e político, a fim de se tornarem protagonistas de um mundo melhor e sustentável. (MV, p.07)

 

Já os princípios que orientam o trabalho incluem

      I.        Estimular aos alunos da UFMG a cultura do voluntariado

    II.        Oportunizar a experiência dos alunos exercerem as atividades de gestão, ensino, pesquisa

   III.        Estimular a criação de startups, spinoffs e empreendimentos sociais

  IV.        Atendimento prioritário a população de baixa renda

 

O projeto oferece cursos semestrais, de línguas estrangeiras, matemática, empreendedorismo matemática financeiro e noções de direito, informática e cultura, que inclui capoeira e forró.  Além disso, ele possui apoio escolar e orientação profissional.

O projeto funciona nos sábados de manhã das 8h às 12h30 e tem como público principal a comunidade não acadêmica, em especial a “população em situação de vulnerabilidade social e econômica” (MV, p.09).

            Um objetivo se sobressai “criar uma oportunidade da inclusão social e formação cidadã” (MV, 2018: 09), sendo assim o projeto se inicia com um olhar imediato, para aqueles membros “invisíveis” que por várias questões não se beneficiam dos saberes ali produzidos.   

Ainda, segundo o MV (2018), após pesquisas que consideravam uma necessidade imediata e várias conversas com os futuros alunos, foram definidos alguns cursos sobre Empreendedorismo, Educação Financeira, Direitos do Cidadão, Inteligência Emocional, Direito Trabalhista, Direito do Consumidor. Naquela ocasião, o projeto ofertava o curso de Inglês dado em módulos I, II e III para instrumentalizar os alunos para trabalhar na Copa de Futebol em 2014, que se realizaria no Brasil. Assim nasceu a primeira turma de 12 alunos que aconteceu semanalmente aos sábados de 8h00 às 12h00 no Auditório 1070 do prédio da FACE, durante o segundo semestre de 2010.

Em 2012 o Projeto já contava com 300 e ocupando seis salas de aula do prédio da FACE (Faculdade de Ciências Econômicas), por decisão da Congregação da unidade, foi convidado a não permanecer na Faculdade de Administração Contabilidade e Economia. O apoio e o espaço vieram pela Escola de Engenharia da UFMG, que ofereceu dois andares do moderno bloco 4.  A parceira se estendeu com o apoio da Fundação Christiano Ottoni e profissionais da comunidade externa à UFMG, oriundos das seguintes instituições: Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal do Amazonas, UNA-Centro Universitário, Polícia Militar de Minas Gerais, Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI, Instituto Federal de Educação Tecnológica-IFET, Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, onde cada qual teve sua importância e contribuição.

A partir de 2013, o Projeto Incluir inaugurou uma identidade visual e deu um passo muito significativo ao iniciar a confecção de materiais didáticos próprios, que iriam contemplar a dinâmica dos cursos, a carga horária oferecida e, talvez um dos pontos mais relevantes, que seria o fato de que esse material seria gratuito para o educando.

Nessa última década, o Projeto Incluir cresceu e se organizou com a ajuda dos gestores, dos parceiros e isso indica que “além do aumento de voluntários, a diversidade de conhecimentos, habilidades, níveis de escolaridade e formações também auxiliam nessa subdivisão de tarefas e aumento dos cursos ofertados”  (BARBOSA et ali, 2019: 08), sendo possível dizer que é participação dos voluntários que tornam o projeto vivo e eficaz em seu contexto de atuação contando com uma multiplicidade de experiencias e saberes.

O projeto tem contribuído para inserção no mercado de trabalho, seja pela via do fortalecimento e continuidade do ciclo de estudos ou pela inserção na universidade. Entendemos que identificar as contribuições do Projeto Incluir na vida dos participantes demandaria um trabalho muito complexo, que iria além dos limites de um artigo, seja pela quantidade de pessoas beneficiadas, seja pela diversidade de histórias e trajetórias que compartilharam os cursos. 

Em 2019, o projeto incluir está se colocando em um novo patamar, não somente pelo número recorde de inscrições (2.300) e educandos atendidos (1300), mas principalmente pela inciativa de “profissionalização” dos processos.

Nesses dois últimos anos, o Grupo EICIS  (Empreendedorismo, Inovação, Conhecimento, Inteligência e Sustentabilidade) tem mapeado alguns processos e criado fluxos para os procedimentos administrativos, dessa maneira é possível perceber que em geral, “os processos tendem a articular-se entre si no interior de uma organização ou no âmbito da cadeia de trabalho” (VAZ, 2008: 01).

Passo a seguir a análise dos dados que tem como função unir as duas seções previamente discutidas neste artigo, ou seja, a base teórica e as concepções, forma de gestão e organização do Projeto Incluir serão combinados com a opinião dos voluntários que lá atuam para que possamos identificar o grau de satisfação dos envolvidos.

 

3-    ANALISE DE DADOS

 

Para que se entenda a forma de gestão, a organização, a contribuição das novas tecnologias e o grau de satisfação do público atendido pelo projeto, o artigo irá empregar as seguinte metodologia de análise: (a) entrevistas com os voluntários que atuam no projeto, (b) uso dos documentos de criação do projeto, incluindo o manual do voluntário e (c) uso da base teórica anteriormente detalhada.

Além das observações que se estenderam por um ano onde várias conversas colaboraram para a  construção os saberes sobre a dinâmica do trabalho, foram realizadas três entrevistas formais com os voluntárias que atuam na secretaria, sendo: (a) Angelyna, a coordenadora da secretaria que já atua no projeto à 6 anos, (b) Juliana, responsável pelos requerimentos e que está no projeto a 3 anos e (c) Simone, que chegou esse ano ao grupo de voluntários. Desta forma, tem-se diferentes perspectivas acerca do trabalho executado, pois o tempo de atuação no projeto das entrevistas varia.

Quando falamos em voluntários, devemos, neste caso, ampliar nossa visão de participação, pois para equipe que compõe o Projeto Incluir, tal termo inclui diversos fatores e recursos, como a cessão do tempo, da força de trabalho e equipamentos e de espaço digital em suas contas de aplicativos.  Existe uma mudança de paradigma que vai estender as ações e participações dos envolvidos no projeto, por meio das tecnologias da informação, mas principalmente pelas relações de confiança e sentimento de pertencimento ao trabalho desenvolvido.

A primeira fala da entrevistada comprova envolvimento e dedicação: “O projeto me dá senso de utilidade. Sinto que estou cumprindo meu papel social” (SIMONE, 2019), o que nos remete a Barbosa et al. (2019:12):

 

Além das indicações de conhecidos e da divulgação realizada por aqueles que estão inseridos no ambiente educacional, tem-se também estudantes e ex-alunos do Projeto Incluir fazendo parte do quadro de voluntários, o que comprova que esse empreendimento social está ensinando não só disciplinas, mas também os valores de inclusão, solidariedade, generosidade, gratidão e a importância do voluntariado. 

 

          O número de alunos, cerca de 1697, surpreende, se pensarmos que o projeto não possui uma instalação fixa, sendo montado e desmontado todos os sábados e tendo suas demais atividades feitas em regime de home-office pelos voluntários. Para Barbosa et al. (2019) são “os voluntários também são fator essencial para o projeto, afinal, eles são responsáveis por 100% das atividades realizadas, seja no ensino, no apoio ou na gestão” (p.12).

Dentre as contribuições para que se mantenha essa dinâmica operacional, podemos apontar a flexibilidade gerada pelas mediações tecnológicas, que “permitem e exigem novas formas de experiência que requerem novos tipos de habilidades e competências” (SANCHO, 1998 p. 28). Neste sentido Angelyna, uma das voluntárias entrevistas destaca que “em relação ao tempo eu disponibilizo para o projeto é em torno de 10 a 15 horas semanais. Mas nos picos, eu dedico umas 20 a 30 horas semanais entre as atividades presenciais aos sábados e os outros encontros e horários em regime de “home office”. 

O mesmo tipo de organização pode ser detectado na fala de outra entrevistada:

 

Aos sábados, eu chego as 7h30 e saio por volta da 13h30 ou 14h depende do dia, então além do meu tempo a gente também se encontra em reuniões às terças-feiras e nos falamos. Se temos alguma dúvida a gente conversa sempre pelo WhatsApp durante a semana, então é uma coisa, que não é algo fixado apenas no sábado. Querendo ou não o projeto faz parte da nossa rotina. (Juliana, 2019)

 

E essas ações tem em comum a troca imediata de informações entre os voluntários, que nem sempre precisam estar próximos para se fazerem presentes. Juliana ainda destaca que “ou mesmo falar com algum professor, ou com o coordenador, então eu preciso resolver algum assunto de determinado aluno com o coordenador de inglês, mandamos pelo WhatsApp. A gente usa muito o aplicativo”.

É interessante observar que a equipe de voluntários desenvolveu a competência de atuar de forma flexível, seja na utilização de outros espaços dentro da universidade ou em espaços externos, como as próprias residências dos membros: “E quando trazemos alguma coisa para casa porque não deu tempo ou porque o atendimento foi muito extenso. Temos que fazer algumas tarefas em casa, conversamos pelo WhatsApp para resolver quem vai fazer determinada coisa ou não. (Juliana, 2019).

Temos no Projeto Incluir, elementos muito importantes para o processo educacional, tanto no seu objetivo principal, quanto nas trocas interpessoais diretas ou mediadas pelas tecnologias, o que no remete diretamente a Sancho (2006:12)

 

 ...baseiam na troca e na cooperação, no enfrentamento de riscos, na elaboração de hipóteses, no contraste, na argumentação, no reconhecimento do outro e na aceitação da diversidade vê nos sistemas informáticos, na navegação pela informação e na ampliação da comunicação com pessoas e instituições geograficamente distantes a resposta às limitações do espaço escolar.

 

 

A secretaria do Projeto Incluir, assim como as demais salas de aula, também é montada e desmontada todos os sábados, ocupando uma das salas de aula do segundo andar da Faculdade de Engenharia, onde as carteiras são reorganizadas para atender as demandas dos alunos. Mas ao nos direcionarmos aos notebooks percebemos que esses equipamentos pertencem aos voluntários através da proposta de BYOD já discutida neste artigo.

Se em outras instituições privadas, o conceito BYOD, surge pela proposição do acesso mais livre a equipamentos, no projeto analisado é possível perceber que ele sugere uma contribuição, pois quando indagados sobre suas contribuições no projeto as respostas dos voluntários se assemelhavam a fala da coordenadora Angelyna: “O primeiro elemento é o tempo e nos equipamento eu contribuo com o notebook e o celular também”.  Simone corrobora a fala de Angelyna: “Tenho a sensação de que meu tempo está sendo bem utilizado, assim como meus equipamentos, já minha experiência vem sendo lapidada com novas formas de elaboração de conhecimentos e práticas.

            Pelos relatos acima percebe-se que um fator vital de integração é sem dúvida a internet e os equipamentos com características “mobile”, que podem ser transportados de um local para outro que, somados aos os aplicativos de comunicação, ficam naturalizados no processo. Para a equipe da secretaria, as tecnologias são vistas como fator natural de interação, que faz parte da própria dinâmica do trabalho, sendo amplamente acordado pelos voluntários:  “acho tranquilo trazer meu equipamento para trabalhar no incluir, nunca tinha pensado nas consequências ou benefícios...mas me sinto à vontade trazendo meu equipamento, não acho ruim não” (Angelyna, 2019). Fica claro que a cessão dos equipamentos e aplicativos é uma extensão do próprio voluntariado, um meio para um fim maior, se pensarmos que “os ambientes multimídia ativos favorecem a comunicação, a cooperação e a colaboração entre professor e alunos” (SANCHO, 1998:41).

Uma questão que vem à tona é que mesmo com poucos encontros presenciais ou um local fixo para os encontros, os processos fluem normalmente, as tarefas são executadas, as presenças e faltas são lançadas, as notas são atribuídas aos alunos e as declarações e certificados são emitidos.

Existe uma gama de ferramentas digitais gratuitas que são compartilhas entre os voluntários da secretaria, o que é relatado por Anglyna: “Eu utilizo para Projeto Incluir meu WhatsApp, e compartilho meu Google docs. Eu tenho o gratuito de 15 gigas, mas é bem pouco docs, a gente ainda criou um e-mail específico para ter as informações aqui”. Ficou claro também que os dois aplicativos mais utilizados são o Google Drive e o WhatsApp, conforme enfatiza a entrevistada Juliana:  

 

Ajuda muito, o WhatsApp e que nos ajuda bastante, que é particular, mas a gente usa para o profissional. A gente conversa tudo pelo WhatsApp, marca reunião pelo WhatsApp. Nós temos outras formas de comunicação porque a gente faz a reunião de terça-feira e a pauta é feita na hora e colocada no Google drive. A gente utiliza o drive gratuito do Google, os próprios arquivos são disponibilizados no drive do Google aqui para o pessoal da gestão.

 

Por outro lado, temos nas falas dos voluntários que, mesmo em um ambiente nitidamente burocrático, é possível o compartilhamento e a contribuição com o “saber fazer”, sendo nas pequenas trocas como o preenchimento de um formulário ou o envio de uma solicitação por e-mail, que essas ferramentas digitais que são incorporadas ao trabalho, ao ensino e são ressignificas para os usos cotidianos.

As redes sociais também são incorporadas à dinâmica de trabalho e promoção do projeto, conforme aponta Juliana: “a gente usa muito o Instagram para promover o Incluir, então quando o pessoal do marketing disponibiliza alguma informação, eu também acabo compartilhando essa informação tanto no meu Instagram quanto no meu Facebook”.

          Se pensarmos em fins ou objetivos que possam mover os voluntários teremos um sentimento, um ideal, um desejo de bem coletivo, que é resumido pela voluntária Simone da seguinte forma: “o projeto se articula em um sistema, que integra a população marginalizada dentro de um ambiente em que possa evoluir suas capacidades cognitivas e laborais”. Por outro lado, Angelyna define seu propósito através do seguinte comentário:  “O que mais me motiva a participar do projeto incluir como voluntária, e poder repassar para a sociedade, um pouco, todo o meu conhecimento adquirido durante minha vida...então tudo que eu puder ajudar, seja um pontinho na sociedade eu faço”.

Para Juliana a participação no projeto se define a partir das seguintes afirmações: “Eu acredito que primeiro foi para retribuir tanta coisa boa que eu recebi do projeto enquanto aluna, também para a gente poder trazer um mundo melhor. Eu acredito nisso que a gente possa promover um mundo melhor através de oportunidades”. Por outro lado é possível perceber que existe um reconhecimento das contribuições como sujeito que a participação no projeto proporciona, conforme indica Angleyna:  “Eu acho que meu relacionamento interpessoal, as práticas de gestão de equipe, o próprio amadurecimento como pessoa, como cidadã, a contribuição de que você está fazendo algo para a sociedade isso é muito impactante.”

Pelas análises dos fragmentos de entrevistas feitos entre os dias 20 e 30 de novembro de 2019, com as voluntárias atuantes na secretaria do Projeto Incluir ficou claro o entrelaçamento dos três elementos propostos para análise neste artigo. Em primeiro lugar, mostrou-se como a gestão e organização compartilhada são bem-sucedidas no processo. Em seguida, demonstrou-se com se inserem as novas tecnologias e seu papel no contexto e, finalmente, comprovou-se não somente a satisfação dos voluntários, mas seu algo grau de comprometimento e disponibilidade na busca de atingirem seus objetivos de promover o bem comum.

 

CONCLUSÃO

 

Devido à complexidade do projeto e à gama de possibilidades de pesquisa que poderiam ser derivadas desta ação de extensão, seja como contribuição para as trajetórias de vida profissional e pessoal dos alunos participantes ou pelas contribuições para a trajetória dos voluntários envolvidos, decidimos focalizar em três aspectos básicos: (a) gestão e organização do projeto, (b) uso das tecnologias e seu valor no processo como um todo e (c) satisfação e envolvimento dos voluntários envolvidos.

Pela análise dos dados e pelo estabelecimento de sua relação com a base teórica proposta, consideramos que as três perguntas de pesquisa foram respondidas, pois ficou comprovado que através da gestão e organização compartilhada, o projeto é capaz de identificar problemas e atender à comunidade de forma eficaz, os recursos tecnológicos se mostram ferramentas essenciais, não comente para gestão compartilhada, mas para a interação e execução de tarefas ligadas à manutenção dos cursos. Por fim, ficou claro o alto grau de satisfação e integração entre os voluntários e o projeto, o que significa um atendimento mais eficiente ao público atendido.

Fica ainda comprovado e importância da conexão entre fatores educacionais e sua gestão e organização, sobretudo a noção que uma organização bem-sucedida precisa ser flexível e dinâmica para não perder de vista o foco na formação humana.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BARBOSA, Francisco Vidal; COELHO Naira Cenachi; VIEIRA, Martins Vieira; ARAUJO, Pedro Menezes de; TORGA, Eliana Marcia Martins Fittipaldi; MEDEIROS, Ricardo. Inovação Social e Empreendedorismo: O caso do Projeto Incluir. In: XLIII Encontro da ANPAD - EnANPAD 2019, São Paulo, SP. Anais do 43o encontro da ANPAD - EnANPAD 2019 disponível: http://www.anpad.org.br. Acesso: 04 dez.2019.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários para à prática educativa. São

Paulo: Paz e Terra, 2001.

 

LIBÂNEO, José Carlos. O Ensino de Graduação na Universidade – A Aula Universitária.

Disponível em: < http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/home/disciplina.asp?key=5146&id=3552 . Acesso em 28 out. 2019.

 

MAYORGA , C.  Revista de Extensão da UFMG Interfaces - Revista de Extensão da UFMG, v. 4, n. 1, p. 1-2, jan./jun. 2016.

 

 

PIRES, Gonçalo Nuno P. S. A Ética e as parcerias no terceiro setor - Uma reflexão da humanidade como fim das ações. In: VI SEMEAD Seminários em administração - FEA / USP, 2003, São Paulo - SP. Anais do VI SEMEAD Seminários em administração FEA / USP, 2003.

 

________________________Juventude, Educação e Meio Ambiente: A experiência do Coletivo Jovem de Meio Ambiente em Ribeirão Preto. In: 16o Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo, 2008, São Paulo - SP. Anais do 16o Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo, 2008.

 

PROJETO INCLUIR: http://projetoincluir.com.br. Acesso: 14 jul. 2019.

 

________________ Manual do Voluntário. Belo Horizonte: 2018.Versão 2.

Disponível: http://www.fump.ufmg.br/conteudo/documentos/PI%20Manual.pdf acesso: 04 dez. 2019.

 

 

SANCHO, J. M.; HERNANDEZ, F. et al. (Org). Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.

 

SANCHO, Juana A. Tecnologia: Um Modo de Transformar o Mundo Carregado de Ambivalência. In: SANCHO, J.M. (Org.). Para Uma Tecnologia Educacional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

 

SECCHI, Leonardo. Análise de políticas públicas: diagnóstico de problemas, recomendação de soluções. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

 

_____. Políticas públicas: conceitos, categorias de análise, casos práticos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

 

RUA, Maria das Graças. Políticas públicas (3a ed.) – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES : UAB, 2014.

 

RUA, Maria das Graças; ROMANINI, Roberta. Para Aprender Políticas Públicas: Conceitos e Teorias (Vol. 1). Instituto de Gestão Economia e Políticas Públicas. 2013. Recuperado de http://igepp.com.br/uploads/ebook/ebookpara_aprender_politicas_publicas-2013.pdf

 

 

VAZ, José Carlos; Processos de trabalho no setor público: gestão e redesenho. São

Paulo, 2008. Disponível em:http://vaz.blog.br/blog/wpcontent/uploads/2011/05/texto-revisaoprocessos-revisado.pdf, Acesso em: 01 dez 2019.

 

 

ANEXOS

Anexo 1 – formulário para entrevistas

 

Entrevistas   (proposta de entrevistas / questionários semiestruturados)

Nome:                                                                     idade

Origem                                                              formação

Trabalho fora do projeto?

Como chegou ao projeto?

Qual sua atuação no projeto incluir

O que te motiva a participar do projeto como voluntário?

O que você sente estar contribuindo com o projeto, tempo? Experiência? Know how? Outro.

você cede algum tipo de equipamento para uso durante o projeto BYOD   (computador / celular / data show)

Você Cede ou empresta ferramentas pessoais de comunicação ao projeto? (e-mail pessoal sua rede social o seu WhatsApp, etc.)?

Você acredita que essas ferramentas “mais informais” ajudam na dinâmica do trabalho?

É para você? Como o projeto incluir contribui para sua formação pessoal?

 

Anexo 2 – Folder de divulgação do projeto compartilhado pelos voluntários.

 

Fonte: https://func.eng.ufmg.br/tag/projeto-incluir/ acesso: 04 dez. 2019.

 



[1] SQL significa “Structured Query Language”, ou “Linguagem de Consulta Estruturada”, em português. Resumidamente, é uma linguagem de programação para lidar com banco de dados relacional (baseado em tabelas). https://www.tecmundo.com.br/software/146482-sql-que-ele-serve.htm

 

[2] É professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais e professor visitante da University of Applied Sciences Schmalkalden - Alemanha desde 2002. Pós-doutorado em Gestão de empresas de base tecnológica - setor de biotecnologia pela Harvard University em Cambridge - EUA (2001/2002), doutorado em Competitividade Empresarial - Aston University em Birmingham - Reino Unido (1996), mestrado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (1984).: http://lattes.cnpq.br/5115477440886635



Recebido em 02 de agosto de 2020
Publicado em 01 de setembro de 2020


Como citar este artigo (ABNT)

PIRES, Gonçalo Nuno de Pedrosa Santos. SOARES, Leonardo Antonio. Gestão, Tecnologia Compartilhada e Voluntariado em um Projeto de Extensão de uma Universidade Pública: O Projeto Incluir na Promoção da Cidadania. Revista MultiAtual, v. 1, n.5., 01 de setembro de 2020. Disponível em: https://www.multiatual.com.br/2020/08/gestao-tecnologia-compartilhada-e.html