Adriana Maria Loureiro
Discente do Curso de Especialização em
Gestão de Instituições Federais de Ensino Superior da Universidade Federal de
Minas Gerais. Doutoranda do Programa de pós-Graduação em Meio Ambiente da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professora do Ensino Básico, Técnico
e Tecnológico do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro. E-mail: adriana.loureiro@gmail.com.
Theles de Oliveira Costa
Doutor em Engenharia Mecânica pela
Universidade Federal de Minas Gerais. Professor Adjunto da Universidade Federal
de Minas Gerais. E-mail: thelescosta@ufmg.br
RESUMO
Os saberes dos povos tradicionais e o
conhecimento científico da academia dialogam entre si. A universidade assumiu o
papel de manter esse diálogo e de levá-lo, assim como o conhecimento produzido
a partir desse diálogo, a todos os segmentos da sociedade ao tornar público os
resultados dos estudos. O objetivo deste trabalho é o de, a partir das noções
de gestão acadêmica – com a criação de novos cursos – e de gestão de documentos
– e como a universidade lida com a questão autoral para disponibilizar
publicamente a produção de seus alunos – mapear o estado da arte de resumos de
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) apresentados entre os anos de 2016 e 2019
de alunos da etnia Xakriabá da Formação Intercultural de Educadores Indígenas,
da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, com o intuito
de, ao superar a lógica de uma pesquisa de laboratório, em que um objeto é
observado por um sujeito, realizar um estudo com o referido povo a partir de
seus próprios textos. Uma categorização dos trabalhos
estudados foi feita e alguns elementos, tais como costumes, meio ambiente e
história, que norteiam os TCC’s, são considerados como fundamentais para a
existência e resistência desse povo.
Palavras-chave: Gestão Acadêmica. Gestão de
Documentos. Formação Intercultural de Educadores Indígenas. Povo Xakriabá.
Introdução
Discutir a
questão indígena é fundamental para permear na sociedade brasileira a noção de
que o conhecimento e os saberes desses povos são a base da sua construção. Muitos dos saberes de povos
tradicionais – indígenas, quilombolas, ribeirinhos etc. – não possuem a
chancela da ciência, da forma como a sociedade
entende ser feita, e talvez por isso sejam considerados menos importantes pelo
senso comum. Além disso,
predomina o conceito da ciência que especializa, que reproduz, em todas as suas
áreas, a bancada do laboratório, em que um “objeto” é observado por um
“sujeito”. Reconhecendo que essa é uma – e não a única – forma de fazer
ciência, este trabalho, ao compreender que estudar a questão indígena como por
um microscópio poderia reforçar a ideia de que os povos indígenas estariam,
hierarquicamente, inferiores aos brancos em termos de conhecimentos adquiridos
na academia, se propõe a fazer um levantamento da produção científica indígena
na academia, dialogando com os resumos dos Trabalhos de Conclusão de Curso
(TCC) escritos por graduandos da etnia Xakriabá da Formação Intercultural de
Educadores Indígenas (FIEI) da UFMG.
Costa, Branquinho e Sánchez (2018) afirmam
que
Se a verdade da Ciência, no singular e com
letra maiúscula, pode oprimir as outras formas de conhecimento, por que não
ficarmos próximos dos “oprimidos”,
tratando-os não como “objeto de um ‘tratamento’ humanitarista”, como coisas,
mas como sujeitos narradores de sua própria história? (Costa, Branquinho e
Sánchez, 2018, p. 86)
Em recente publicação, Ailton Krenak
afirma que
Quando despersonalizamos o rio, a montanha,
quando tiramos deles os seus sentidos, considerando que isso é atributo
exclusivo dos humanos, nós liberamos esses lugares para que se tornem resíduos
da atividade industrial e extrativista. Do nosso divórcio das integrações e
interações com a nossa mãe, a Terra, resulta que ela está nos deixando órfãos,
não só aos que são chamados de índios, indígenas ou povos indígenas, mas a
todos. (Krenak, 2019, p. 49-50)
Assim, este trabalho se mostra relevante ao
buscar o diálogo com elementos que compõem a realidade estudada, além de
categorizar trabalhos de uma das muitas etnias reconhecidas, e que possui
grande relevância para o Estado de Minas Gerais.
Breves apontamentos sobre os Xakriabá
A Terra Indígena Xakriabá (TIX) está localizada
no extremo norte do Estado de Minas Gerais, zona do Médio São Francisco, no
município de São João das Missões, que tem sua origem no início dos anos de
1700, e é erguida com a força do trabalho indígena, após a chegada do bandeirante
paulista Matias Cardoso de Almeida, que em sua missão, debelou aldeias
indígenas ao longo do Rio São Francisco, levando muitas populações à perda de
território e identidade.
O município, que possui um distrito e 43
povoados (sendo 31 aldeias na TIX), ocupa uma área de 679,82 Km2, de
acordo com a página da Prefeitura[1] na
internet, e sua população é estimada em torno de 12.000 pessoas. A Reserva
Indígena ocupa 78% da área do município, com 530,74 km2, como pode
ser observado na Imagem 1.
A principal atividade econômica do município
é a agropecuária, mas a região sofre muito com a seca, que leva à população
doenças e um limite de extrema pobreza.
A Terra Indígena Xakriabá fez parte do Programa
de Implementação de Escolas Indígenas de Minas Gerais (PIEI-MG) desde o seu
início. O processo foi acompanhado de perto pela Faculdade de Educação da
Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG) – mostrando que há tempos
existe o diálogo entre a FaE e esse povo, conforme trabalhos de pesquisa em
nível de pós-graduação consultados[2].
Em um desses trabalhos, o autor descreve que os projetos de escola indígenas se
dividem em dois: um que contemple o conhecimento do branco e outro que não
descarte os conhecimentos tradicionais, o que fez surgir a necessidade de um
Projeto Político Pedagógico específico para essa escola, pois ela deve preparar
para a vida dentro e fora da aldeia, ensinando, por exemplo, o uso da Língua
Portuguesa (Silva, 2011).
Os trabalhos consultados apontam que os
Xakriabá tiveram dificuldade em se afirmar indígenas de
acordo com as diretrizes do PIEI-MG por serem considerados índios muito
“misturados”, o que os teria levado a uma “perda cultural”.
A formação do grupo não implicou justificativas
identitárias, mas houve a necessidade de uma “prova de cultura” para garantia
de seus direitos. Silva (2011) descreve que o Toré, um ritual considerado um
emblema de alteridade dos índios do Nordeste, foi apresentado a um leigo,
dentro do processo de demarcação da TIX. Essa territorialização reorganizou o
grupo, permitindo a reconstrução de uma identidade indígena, como explicitado
por Gomes, em trabalho sobre os Xakriabá. A autora afirma que
a luta pela terra nas décadas de 1970 e de
1980 levou a população a dividir-se, permanecendo na reserva aqueles que
escolheram a afirmação da própria ancestralidade indígena. Assiste-se assim a
um processo crescente de reconstrução da identidade indígena, processo que tem
estreita relação com a própria escola e que muito tem influenciado em suas
dinâmicas. (GOMES, 2006, p. 320).
Em 1979 houve a homologação da área onde se
formaria, futuramente, a TIX. A FUNAI, após algumas pesquisas, encontrou as
origens históricas e passou a atribuir o etnômio Xakriabá ao grupo remanescente
e herdeiro dos indígenas que ocupavam aquela região. O grupo não se formou a
partir de uma unidade étnica, mas sim, de uma unidade política entre os que
defendiam aquela terra.
Revisão
Bibliográfica
O levantamento dos registros escritos
em trabalhos acadêmicos acerca de um assunto é uma forma de compreender a
realidade que se apresenta e se constrói sobre ele. Morosini e Fernandes (2014)
afirmam que
faz-se necessário considerar que a construção
de uma produção científica está relacionada não só à pessoa/pesquisador que a
produz, mas à influência da instituição na qual está inserida, do país em que
vive e de suas relações com a perspectiva global (MOROSINI e FERNANDES, 2014,
p. 156).
Dessa forma, considera-se que um
estudo sobre a produção acadêmica de estudantes indígenas pode ser relevante
para a compreensão e construção de um retrato do povo com o qual essa pesquisa
se desenvolve, além de dar a outros pesquisadores uma noção a respeito de
aspectos que categorizam essa produção.
Morosini (2015) afirma que
estado do conhecimento é identificação,
registro, categorização que levem à reflexão e síntese sobre a produção
científica de uma determinada área, em um determinado espaço de tempo,
congregando periódicos, teses, dissertações e livros sobre uma temática
específica (MOROSINI, 2015, p. 102)
Ao discorrer sobre o que mobiliza uma
pesquisa “estado da arte”, Ferreira (2002) afirma que
a sensação que parece invadir esses
pesquisadores é a do não conhecimento acerca da totalidade de estudos e
pesquisas em determinada área de conhecimento que apresenta crescimento tanto
quantitativo quanto qualitativo, principalmente reflexões desenvolvidas em
nível de pós-graduação, produção esta distribuída por inúmeros programas de pós
e pouco divulgada (FERREIRA, 2002, p. 258-259)
Em relação ao estudo dos resumos, a
autora afirma que eles
mostram uma rede de motivos implicada em
operações de selecionar e organizar o material a ser divulgado, que os tornam
diversificados e multifacetados, resultados de diferentes operações (cortes e
acréscimos) feitas a muitas mãos, por diferentes motivos totalmente
desconhecidos do leitor. [...] então, ao assumirmos os resumos das dissertações
e teses presentes nos catálogos como lugar de consulta e de pesquisa, é que sob
aparente homogeneidade, há grande heterogeneidade entre eles (os resumos)
explicável não só pelas representações diferentes que cada autor do resumo tem
deste gênero discursivo, mas também por diferenças resultantes do confronto
dessas representações com algumas características peculiares da situação
comunicacional, como alterações no suporte material, regras das entidades
responsáveis pela divulgação daquele resumo, entre outras várias. (Ibid., p. 263-264)
Este estudo, ao se debruçar sobre
resumos de TCC’s, espera contribuir para a composição de uma rede da produção
do conhecimento sobre a realidade do povo Xakriabá a partir de pesquisas que,
desenvolvidas por meio da pesquisa-ação, objetivam apresentar propostas de
participação coletiva em diferentes áreas das aldeias.
Segundo Thiollent,
A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social
que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação da realidade a ser investigada estão envolvidos de
modo cooperativo e participativo. (THIOLLENT,1985, p.14)
A realização de um estudo sobre os
resumos de alunos Xakriabá da FIEI, conduz a um levantamento dessas propostas
de ações cooperativas e à possibilidade de se aprender com eles a partir da
compreensão de como a rede de saberes desse povo é construída e mobilizada.
O Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), estruturado pelo
Decreto 6.096/2007, teve por objetivo a ampliação do acesso e permanência do
estudante no ensino superior. Dessa forma, as universidades foram fundamentais
no processo de diminuição de desigualdades históricas. Segundo Karworski e Rosa
(2019), após o REUNI houve o início de uma nova fase da educação superior
brasileira, pois passou-se a esperar por
propostas inovadoras de matrizes curriculares
em nível de graduação, com projetos pedagógicos menos monodisciplinares;
projetos de cursos com viés flexível inter, trans e multidisciplinar; propostas
de cursos mais contextualizadas com a realidade social e o mundo da
empregabilidade (KARWORSKI e ROSA, 2019, p. 344)
Compreende-se que a gestão de uma
licenciatura indígena por parte da Universidade Federal de Minas Gerais se
encaixa nessa demanda por propostas pedagógicas inovadoras que vão além das
características puramente disciplinares e que visam ao reconhecimento de
saberes específicos da realidade desses povos.
A Formação Intercultural de Educadores Indígenas (FIEI)
Com um enfoque intercultural e com o
objetivo de formar, além de habilitar professores indígenas que não tiveram a
oportunidade de cursar o ensino superior para lecionar em escolas de ensino
fundamental e médio nas áreas de Língua, Arte e Literatura; Matemática e
Ciências da Natureza, e Ciências Sociais e Humanidades[3],
a Formação Intercultural de Educadores Indígenas (FIEI) é uma iniciativa da
Universidade Federal de Minas Gerais na busca por um diálogo entre os saberes
da academia e os saberes desses povos, como demostra o próprio Projeto
Pedagógico do Curso (PPC)[4]
do curso, que nos aponta, por exemplo, que há
uma coordenação colegiada, composta por um
professor da UFMG, escolhido entre o corpo docente e um representante do
movimento Indígena, escolhido entre os membros da Coordenação de Etnia das
escolas indígenas de Minas Gerais. Além da coordenação geral, o curso tem
coordenadores de eixo, formando, assim, o Núcleo Docente Estruturante do Curso.
O Colegiado está composto por representantes da coordenação, do Movimento
Indígena, do corpo docente, do corpo discente e dos monitores (Projeto
Pedagógico do Curso de Educação Básica Indígena: Formação Intercultural de
Educadores Indígenas, p. 5)
Além disso, o referido documento que
norteia as ações do curso da UFMG explicita que lecionam no curso, professores
da UFMG, além de profissionais com experiência em educação indígena e até mesmo
docentes indígenas de outras regiões que possuam saberes muito específicos e
que são convidados para contribuir com a formação desses novos educadores, o
que reforça a ideia da troca entre esses saberes para a construção de
conhecimento.
Ainda segundo o PPC da FIEI, os alunos
realizam, ao longo dos cinco anos do curso, percursos acadêmicos diferenciados
quando passam pelas etapas Intensiva e Intermediária. A etapa Intensiva (que
são dez durante todo o curso) é caracterizada por encontros presenciais e de
trocas com docentes e discentes no campus da UFMG, sempre nos meses de maio e
setembro. A etapa Intermediária (que são nove durante todo o curso) ocorre na
escola de origem dos estudantes, que retornam às suas comunidades com o
objetivo de desenvolver trabalhos que dialoguem com seus estudos da etapa
Intensiva e formar, assim, um professor-pesquisador.
Pode ser observado, assim, que a
teoria e a prática caminham juntas na proposta de trabalho com o processo de
pesquisa-ação, que é uma metodologia participativa que visa à intervenção e à
contribuição para uma melhoria no locus da pesquisa.
Metodologia
A proposta de trabalhar
especificamente com resumos de TCC’s de estudantes indígenas se encaixa nessa
metodologia denominada “estado da arte” ou “estado do conhecimento” devido à
sua característica de ser um levantamento de trabalhos que possuem aspectos
convergentes.
Assim, ao pesquisar (sobre), pretende-se
aprender com os indígenas. Inicialmente, pensou-se em fazer um
levantamento, na base de dados da CAPES[5]
de dissertações e teses escritas e defendidas sobre a questão indígena. Para
estratificação dos dados, a primeira proposta foi a de utilizar o descritor
“indígena” na busca, e foram identificados um total de 6.296 trabalhos, sendo
1.414 teses de doutorado, 4.309 dissertações de mestrado, 255 dissertações de
mestrado profissional e 73, de profissionalizante. Aplicou-se,
então o primeiro filtro: o temporal, com a proposta de realizar o estudo com
pesquisas realizadas entre 2009 e 2018. A opção por esse período deveu-se ao
fato de compreender os dez anos seguintes à promulgação da Lei 11.645/08, que
alterou a LDB 9.394/96, já modificada pela 10.639/03, ao incluir o ensino
obrigatório da temática História e Cultura afro-brasileira e indígena no
currículo oficial dos ensinos fundamental e médio em todas as redes de ensino do
país. Dessa forma, o estudo localizou 4.409 trabalhos, sendo 1.021 teses de
doutorado, 3.056 dissertações de mestrado, 255 dissertações de mestrado
profissional e 54, de profissionalizante. Novos filtros foram aplicados nos
seguintes termos: grande área de conhecimento (Ciências Humanas), área de
conhecimento (Educação), área de avaliação (Educação), área de concentração
(Educação) e programa (Educação). Foram identificados 237 trabalhos, sendo 162
dissertações e 73 teses.
Finalmente, foi aplicado o filtro para pesquisas realizadas em
Universidades Federais, chegando ao quantitativo de 118 trabalhos: 81
dissertações e 37 teses.
Além da pesquisa no banco de teses da
Capes, foram investigados trabalhos em outras bases. Dessa forma, o estudo
chegou à Biblioteca Professora Alaíde Lisboa de Oliveira, na Faculdade de
Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG), onde foram
encontradas publicações dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC's) dos alunos
da Formação Intercultural de Educadores Indígenas (FIEI). Na página da
Biblioteca, estão disponibilizados os 160 trabalhos apresentados entre 2013 e
2019[6],
sendo apenas as referências dos trabalhos concluídos entre 2013 e 2015 e a
íntegra dos trabalhos de 2016, 2017 e 2018. Em relação às pesquisas de 2019 –
que totalizam 28 – nem todos os arquivos estão disponíveis, pois a Biblioteca
não teve acesso aos textos finais de todos os estudos.
Na busca pelos textos de 2013 a 2015,
verificou-se que, de acordo com a tabela de temporalidade e destinação de
documentos de arquivo relativos às atividades-fim das instituições Federais de
Ensino Superior - IFES, aprovada pelo Arquivo Nacional, nos termos da Lei
8.159, de 8 de janeiro de 1991, trabalhos de conclusão de cursos de graduação devem
ser devolvidos aos alunos no prazo de um ano após a conclusão do curso. Após
esse prazo, os documentos não retirados pelos autores devem ser encaminhados
para eliminação. Como não havia autorização dos formandos para a divulgação dos
estudos na internet – prática que foi adotada a partir do ano de 2016 – os
trabalhos concluídos entre 2013 e 2015 tiveram o destino determinado pela
referida lei. Dessa forma, houve a opção pela realização de um estudo com os
resumos dos 99 trabalhos concluídos entre 2016 e 2019. Ocorre
que tais trabalhos envolvem indígenas de diferentes etnias, assim, decidiu-se por
estudar trabalhos de alunos da etnia Xakriabá, de São João das Missões, no
norte de Minas Gerais, devido à sua relevância para o Estado e pelo diálogo que a Faculdade de Educação
da UFMG possui há tempos com esse povo. Assim, o estudo teve acesso a 36
resumos e suas palavras-chave.
A opção de mudança no foco do estudo
justifica-se pois
Os homens que não têm humildade ou a perdem,
não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros de pronúncia do
mundo. Se alguém não é capaz de sentir-se e saber-se tão homem quanto os
outros, é que lhe falta ainda muito para caminhar, para chegar ao lugar de
encontro deles. Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem
sábios absolutos: há homens que, em comunhão, buscam saber mais. (Freire, apud
Costa, Branquinho e Sánchez, 2018, p. 86).
Assim, foram identificados na
Biblioteca Professora Alaíde Lisboa de Oliveira, da Faculdade de Educação da
UFMG, os seguintes trabalhos disponíveis na internet na íntegra:
·
No
ano de 2016, em que a habilitação do curso foi em Línguas, Artes e Literatura,
um total de 21 trabalhos de conclusão de curso de alunos indígenas da FIEI.
Desse total, os resumos de seis trabalhos – escritos por alunos da etnia
Xakriabá – participaram deste estudo.
·
No
ano de 2017, em que a habilitação do curso foi em Ciências Sociais e Humanidades,
um total de dezoito trabalhos de conclusão de curso de alunos indígenas da
FIEI. Desse total, os resumos de dez trabalhos – escritos por alunos da etnia
Xakriabá – participaram deste estudo.
·
No
ano de 2018, em que a habilitação do curso foi em Matemática, um total de 32
trabalhos de conclusão de curso de alunos indígenas da FIEI. Desse total, os
resumos de dez trabalhos – escritos por alunos da etnia Xakriabá – participaram
deste estudo.
·
No
ano de 2019, em que a habilitação do curso foi em Ciências da Vida e da
Natureza, um total de 28 trabalhos de conclusão de curso de alunos indígenas da
FIEI. Desse total, os resumos de dez trabalhos – escritos por alunos da etnia
Xakriabá e disponíveis na internet – participaram deste estudo. Um décimo
primeiro trabalho escrito por uma aluna Xakriabá não pôde ser estudado, pois a
biblioteca não teve acesso ao texto.
Resultados e Discussões
Dentre os noventa e nove trabalhos de conclusão de curso
defendidos entre os anos de 2016 e 2019 disponibilizados na internet pela
Biblioteca Professora Alaíde Lisboa de Oliveira, foram
identificados trinta e seis TCC’s escritos por alunos Xakriabá e integralmente disponíveis. Desses trinta e seis, vinte
a quatro trabalhos foram escritos individualmente, oito foram escritos por
duplas de alunos e quatro deles foram escritos por grupos de três autores,
fazendo assim, um total de cinquenta e dois alunos Xakriabá formados pela FIEI
entre os anos em questão.
Preliminarmente,
foi feito um levantamento de palavras-chave nos resumos estudados e foram encontradas cento e
oito palavras-chave diferentes. Muitas delas são diferentes, mas possuem
aspectos em comum, dando condições
de se fazer uma categorização.
Não é
surpresa identificar que as palavras-chave que mais se repetem são “Povo
Xakriabá” (seis vezes) e “Xacriabá/Xakriabá” (dez vezes). Dez trabalhos
identificaram suas aldeias nas palavras-chave. Os termos “cultura” e “conhecimento(s)
tradicional(is)” aparecem em oito trabalhos, sendo que em um nono trabalho há a
expressão “cultura e modos de vida dos Xakriabá”, classificando todos dentro da
mesma c/ategoria. O termo “luta” aparece em dois trabalhos, associado ao termo
“Luta pelo Território”, que aparece em um terceiro estudo. Todos foram
relacionados, a partir da história de formação da TIX, a termos como “Terra
Indígena” e “Território (Xakriabá)”, que aparecem cinco vezes. O termo
“memória” foi encontrado duas vezes, mas há também os termos “memória indígena”
e “memória povo Xakriabá”, que foram relacionados com os termos “tradição
Xakriabá” e “fortalecimento da tradição Xakriabá”. Como se trata de um curso de
formação de professores, os termos “educação” e “escola” aparecem seis vezes:
“educação diferenciada”, “educação especial”, “educação intercultural”, “escola
indígena”, “escola indígena diferenciada” e “escola Xakriabá Kuhinan”.
O
projeto pedagógico do curso da FIEI prevê, como já descrito neste estudo, que
os alunos façam seu percurso trabalhando com a pesquisa-ação. A leitura dos
resumos aponta que há uma busca por perpetuar a tradição desse povo, ou seja,
eles parecem perceber uma lacuna com condições de ser preenchida a partir de
elementos que dialogam com os saberes dos seus antepassados.
Após
a análise, os trabalhos foram divididos em pequenos grupos, compreendendo que
todos fazem parte do grande eixo da “Tradição” e se faz importante destacar que
os trabalhos aparecem, quase que em sua totalidade, com características de
pesquisas baseadas na oralidade.
O terceiro grupo é composto por trabalhos que
tiveram como objetivo o estudo da história Xakriabá. Há destaque para trabalhos
que buscam a história da escrita e do ensino da escrita (OLIVEIRA, 2016a); a
história da luta pela terra (SANTOS e OLIVEIRA, 2017); a história da demarcação
do território aliada à história de uma escola (SOUZA, 2017); a história da
resistência do povo (ABREU, 2018); a história do futebol na TIX (OLIVEIRA,
2018); a história da língua Akwen, desde a sua proibição até a revitalização da
mesma (SILVA, 2018); a história da Casa de Cultura Xakriabá (ALKIMIN e SANTOS,
2019). São identificadas propostas de ações, a partir desses estudos da
história, para levar essa tradição aos mais jovens nas escolas, por meio, até
mesmo, da produção de materiais didáticos, em alguns casos.
É
importante destacar três trabalhos que seriam de um quarto grupo, mais voltado
para ações pedagógicas e não tão relacionadas aos costumes do povo. Franco,
Silva e Regina (2017) abordaram a questão da educação especial, com proposta de
melhoria da qualidade desse tipo de atendimento nas escolas Xakriabá. Já o estudo
de Oliveira (2016b) parece fazer uma comparação entre o ensino de Língua
portuguesa em duas escolas, mas o resumo não está disponível no trabalho, não
tendo sido alvo de nosso estudo. Finalmente, Santos e Nascimento (2019) abordam
as novas tecnologias e o ensino de Artes.
A escolha por fazer o levantamento da
produção Xakriabá na FIEI a partir dos resumos deve-se ao fato de que há a
compreensão de ser esta uma pesquisa que não terá um fim em si mesma, podendo
haver desdobramentos futuros que dialoguem com os textos completos dos
trabalhos, além do entendimento da pluralidade de temas e aspectos
metodológicos que podem se apresentar para a pesquisa.
Considerações Finais
O
estudo de resumos de trabalhos escritos por indígenas na academia pode levantar
alguns pontos. Primeiramente, a criação de uma licenciatura especificamente
voltada para indígenas pode ser vista como uma ação pedagógica que pensa na
inclusão. A universidade tem como uma de suas funções esse diálogo com a
comunidade e tem assumido seu papel de manter ativo o debate sobre o tema, no
caso específico desse estudo, por meio da criação de um curso voltado para indígenas, o que demanda uma gestão
muito específica do ponto de vista acadêmico. O PPC da FIEI tem suas propostas
muito claras e atende a uma demanda de um segmento da sociedade. Além disso, quando
a universidade disponibiliza os textos na biblioteca na internet, é possível
identificar outra função importante das Instituições de Ensino Superior, que é
tornar o conhecimento ali produzido público a todos, a fim de dar um retorno à
sociedade sobre as suas realizações e também para que novos trabalhos, novas
pesquisas possam ser feitas a partir de inquietações que porventura surjam.
Além disso, há legislação –
a Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, já citada neste trabalho – que trata da
gestão dos arquivos regula essa divulgação dos textos e garante a questão
autoral.
Em
relação aos trabalhos estudados, é muito clara a marca da luta pela terra, pelo
reconhecimento da identidade, pela manutenção das tradições, e a noção de que
levar essas tradições aos mais jovens é a forma encontrada pelos, agora,
professores, de manter a cultura, os saberes do seu povo e o meio ambiente. Mas
é entendimento deste estudo que esses elementos não estão separados como a
modernidade vem afirmando e não estão simplesmente interligados como a
complexidade explica: eles são a mesma coisa dentro daquele contexto.
Ao
trabalhar com comunidades tradicionais, dois aspectos chamam a atenção.
Primeiro, é a forma de tratar os saberes desses povos, que são, muitas vezes,
desconsiderados pela academia ou tratados como menores. O outro é o risco de
lidar com o tema de forma a reforçar estereótipos ao realizar o estudo sob a
ótica do homem branco, por isso esse estudo buscou o diálogo com os Xakriabá a partir de trabalhos escritos pelo seu
povo. Há muito o que aprender com os indígenas e é impossível pensar o Brasil
sem pensar neles e nas suas redes.
Prestar
atenção aos sinais desses povos pode ser um caminho para a melhor compreensão a
respeito da sociedade brasileira e os caminhos que podem ser escolhidos mais
adiante.
Ciência
e saberes tradicionais caminham juntos. Não existe a natureza em um lugar e os
humanos em outro. Tudo funciona como algo único e múltiplo ao mesmo tempo.
Entender, assim, que há uma outra forma de produzir conhecimento por meio do
estudo com os saberes dos povos tradicionais pode ser uma forma de compreender
que não existe uma coisa ou outra, nem uma coisa e outra, mas que uma coisa
também é a outra.
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para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
MOROSINI, Marília Costa; FERNANDES,
Cleoni Maria Barboza. Estado do Conhecimento: conceitos, finalidades e
interlocuções. Educação por escrito. Porto Alegre, v. 5, n. 2, p.
154-164, jul-dez 2014.
MOROSINI, Marília Costa.
Estado do conhecimento e questões do campo científico. Educação. Santa
Maria, v. 40, n. 1, p. 101-116, jan-abr 2015.
THIOLLENT, Michel. Metodologia
da Pesquisa-Ação. São Paulo: Cortez,1985.
Anexos
Lista de Trabalhos de alunos Xakriabá que fizeram parte deste estudo
Ano de 2016 – Habilitação em Línguas, Artes e
Literatura.
ABREU,
Jan Carlos Pinheiro de. Cantos
tradicionais do povo Xakriabá. 2016. 53 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. Habilitação em Línguas, Artes e
Literatura.
FARIAS,
Claudinei Gomes; OLIVEIRA, Eudes Seixas de. Métodos de caçada do povo Xakriabá.
2016. 64 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de
Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016.
Habilitação em Línguas, Artes e Literatura.
LOPES,
Luzionira de Sousa. Loas
e versos Xakriabá: tradição e oralidade. 2016. 64 f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. Habilitação em Línguas, Artes e
Literatura.
OLIVEIRA,
Anézia Rodrigues de Jesus. História
da escrita e do ensino da escrita entre o povo Xakriabá. 2016.
66 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016a. Habilitação em
Línguas, Artes e Literatura.
OLIVEIRA,
Eliana do Rosário Ferreira Gonçalves; BARBOSA, Regiane Costa. O ensino da língua portuguesa em duas
escolas Xakriabá (Bukinuk e Uikitu kuhinã): português indígena
e português padrão em foco. 2016. 52 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2016b. Habilitação em Línguas, Artes e Literatura.
SANTOS,
Eliane Araújo; SILVA, Valdineia Moreira. Brincadeiras e brinquedos antigos e atuais das aldeias
Sumaré I e III. 2016. 51 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2016. Habilitação em Línguas, Artes e Literatura.
Ano de 2017 – Habilitação em Ciências Sociais e Humanidades
FRANCO,
Celma Correa; SILVA, Antônio Lopes da; REGINA, Elizabete. A inclusão do aluno com necessidades
educacionais especiais nas escolas Xakriabá: Xukurank e Uikitu
Kuhinã. 2017. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de
Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.
Habilitação em Ciências Sociais e Humanidades.
MOTA,
Aline Fernandes da; PIMENTA, Elisandra Fernandes; RIBEIRO,
GenivaldoFernandes. Cera
e mel: as abelhas na cultura Xakriabá. 2017. 53 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. Habilitação em Ciências Sociais e
Humanidades.
OLIVEIRA,
Isamara Gonçalves de Sousa de; MOTA, Marcilene Ferreira Gama da; SOUSA, Romaria
Gonçalves de. Plantio
no brejo: o manejo do feijão na aldeia Barra do Sumaré,
terra indígena Xakriabá. 2017. 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2017. Habilitação em Ciências Sociais e Humanidades.
OLIVEIRA,
Olívia da Silva. Só
quem entende de farinha pode peneirar aqui: a
produção de farinha de mandioca na aldeia Tenda/Rancharia pelo povo Xakriabá
(Minas Gerais). 2017. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2017a. Habilitação em Ciências Sociais e Humanidades.
OLIVEIRA,
Sheila Dos Reis Araujo de. Narrativas
sobre a seca: problemas ambientais do povo Xakriabá e
revitalização da lagoa da aldeia Tenda / Rancharia (MG). 2017b. 50 f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. Habilitação em Ciências Sociais
e Humanidades.
SANTOS,
Ariclenes Ferreira dos; OLIVEIRA, Aparecido Rodrigues de. A memória da luta pela terra indígena
do povo Xacriabá de Rancharia (MG). 2017. 55 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. Habilitação em Ciências Sociais e
Humanidades.
SILVA,
Elizete Macedo Gama da. Mamona,
pequi e galinha: óleos e banhas naturais da aldeia Sumaré III –
terra indígena Xakriabá. 2017. 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2017. Habilitação em Ciências Sociais e Humanidades.
SILVA,
Marco Antonio Pinheiro da; SANTOS, Marli Barboza dos; SANTOS, Terezinha Gomes
dos. O pequi no
território Xakriabá: processamento e usos na aldeia
Caatinguinha. 2017. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2017. Habilitação em Ciências Sociais e Humanidades.
SILVA,
Naiara Rodrigues da; SILVA, Gesicar Aline Rodrigues da. Viva quem já casou. Vive quem quer
casar: casamentos tradicionais Xakriabá. 2017. 30 f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. Habilitação em Ciências Sociais
e Humanidades.
SOUZA,
Janaínna Ramos De. A
história do território e da escola de Rancharia: aldeia
Tenda/Rancharia. 2017. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade
de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.
Habilitação em Ciências Sociais e Humanidades.
Ano de 2018 – Habilitação em Matemática
ABREU,
Werly Pinheiro de Abreu, (Dogllas). Onde
houver Xakriabá, haverá resistência! violações dos direitos indígenas no caso
Xakriabá durante a ditadura militar. 2018. 60 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018. Habilitação em Matemática.
ARAÚJO,
Edilene dos Santos. Análise
de uma atividade a partir do calendário sociocultural numa escola da aldeia
indígena da Prata, povo Xakriabá. 2018. 48 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018. Habilitação em Matemática.
BIZERRA,
Edmar Gonçalves. Moradias
tradicionais Xakriabá. 2018. 63 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2018a. Habilitação em Matemática.
BIZERRA,
Ednaldo Gonçalves. Meio
ambiente, sustentabilidade e economia do povo Xakriabá e da aldeia Barreiro
Preto. 2018. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2018b. Habilitação em Matemática.
CRUZ,
Alípio Ferreira da. A
carpintaria Xakriabá: proposta para manter a tradição da
carpintaria Xakriabá. 2018. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2018. Habilitação em Matemática.
MOTA,
Pollayne Leite da. Impactos
da poluição no rio Peruaçu, território Xakriabá, sob o ponto de vista de
moradores das aldeias Dizimeiro e Peruaçu. 2018. [58
p.].Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018. Habilitação em
Matemática.
OLIVEIRA,
Maiane Gonçalves de. Um
percurso em rimas: histórias do futebol no território indígena
Xakriabá. 2018. 62 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade
de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018a.
Habilitação em Matemática.
OLIVEIRA,
Neuza Rodrigues da Silva. Roupas
de palha tradicionais Xakriabá. 2018. 51 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018b. Habilitação em Matemática.
SILVA,
Manoel Antônio de Oliveira. “A
única herança que um índio deixa para outro índio é a luta”: a
história da língua Akwen do Povo Xakriabá. 2018. 47 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2018. Habilitação em Matemática.
SOUSA,
Abedias Pereira de. Mudanças
na vida e na cultura do povo Xakriabá: das alterações
econômicas e climáticas. 2018. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura)–Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2018. Habilitação em Matemática.
Ano de 2019 – Habilitação em Ciências da Vida e da
Natureza
ALKIMIM,
Erick Correa de; SANTOS, Marilene de Oliveira. Casa de cultura Xakriabá: lugar de
conhecimento, cultura, memória e história. 2019. 94 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores Indígena,
Habilitação em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de Educação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
ARAÚJO,
Lindaura Gomes de. As
plantas medicinais da aldeia Prata no território Xakriabá:
resgatanso e valorizando os conhecimentos tradicionais. 2019. 54 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores
Indígena, Habilitação em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de
Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
BARROS,
Mailson Alves de. A
relação da comunidade Xakriabá com o córrego Riacho do Brejo.
2019. 51 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Formação
Intercultural Para Educadores Indígena, Habilitação em Ciências da Vida e da
Natureza.) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2019.
GONÇALVES,
Beatriz Dias. Plantio
de horta na aldeia imbaúba como meio de sobrevivência visando a prática nas
escolas. 2019. 36 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores Indígena, Habilitação
em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de Educação, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
OLIVEIRA,
Marilsa Lopo de. As
transformações do meio ambiente no território indígena Xakriabá:
os impactos causados na fauna e na flora. 2019. 51 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores Indígena,
Habilitação em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de Educação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
RIBEIRO,
José Aparecido. Pecuária:
histórico e reflexões sobre os impactos gerados pela atividade no território
indígena Xakriabá, Minas Gerais - Brasil. 2019. 45 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores Indígena,
Habilitação em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de Educação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019a.
RIBEIRO,
Laurisaura da mota. O
milho nas vidas e lutas do povo Xakriabá. 2019. 83 f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores
Indígena, Habilitação em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de
Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019b.
SANTOS,
Genilson Alves dos; NASCIMENTO, Maria da Paixão do. Usando as artes para conscientização e
sensibilização do uso das novas tecnologias. 2019. 124 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores
Indígena, Habilitação em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de
Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
SANTOS,
Laura Caetana dos. Extrativismo,
agricultura e construção: a diversidade dos solos da aldeia Prata
(território indígena Xakriabá, Minas Gerais). 2019. 80 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores Indígena,
Habilitação em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de Educação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
SILVA,
Edineia Moreira; MOTA, Janaine Nunes da. Artesanatos Xakriabá sustentabilidade, conhecimentos e
desafios. 2019. 96 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Formação Intercultural Para Educadores Indígena, Habilitação
em Ciências da Vida e da Natureza.) – Faculdade de Educação, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
[1] http://saojoaodasmissoes.mg.gov.br/site/ Acesso em 26 dez. 2019.
[2] Cf.
1. ESCOBAR, Suzana Alves. Os projetos
sociais do povo indígena Xakriabá e aparticipação dos sujeitos: entre o
‘desenho da mente’, a ‘tinta no papel’ e a ‘mão na massa’. 2012. 216f. Tese
(Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação. 2. PEREIRA,
Verônica Mendes. A cultura na escola ou
a escolarização da cultura? Um olhar sobre as práticas culturais dos índios
Xakriabá. 2003. 138f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de
Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal de Minas Gerais, MG. 3.
SILVA, Edinaldimar Barbosa da. Os
Xakriabá: Escola e Cultura. 2011. 207 f. Dissertação (Mestrado em
Antropologia) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal
de Minas Gerais, MG.
[3] O curso confere uma dupla
habilitação: a de Professor do Ensino Fundamental e a de Professor do Ensino
Médio em uma das áreas descritas.
[4] Disponível em https://www2.ufmg.br/prograd/prograd/Pro-Reitoria-de-Graduacao/Cursos/Humanas/Educacao-Basica-Indigena-Formacao-Intercultural-de-Professor-FIEI Acesso em 26 dez. 2019.
[5] Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior, cuja base de dados está disponível em https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/