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Simone Pereira da Silva
Professora dos anos iniciais do ensino
fundamental, atuante no ensino infantil. Simoneps76@yahoo.om.br
Theles de Oliveira Costa
Professor Adjunto da Universidade
Federal de Minas Gerais UFMG. thelescosta@ufmg.br
RESUMO
O presente trabalho aborda a importância do brincar
da criança, mas não um brincar qualquer, é o brincar dirigido e complexo,
implicando no ensino escolar sem que a criança se enjoe, não o tornando
cansativo ou repetitivo. Nos primeiros anos de vida da criança os jogos são
muito importantes na formação do intelecto da mesma, tanto nas atividades
escolares como no ambiente familiar, tendo e adequando o ensino do conteúdo a
ser desenvolvido durante o ano com a realidade de cada aluno. As regras de
convivência, o ensino das palavras, textos, números, entre outros; podem ser
desenvolvidos de forma simples e divertida, através de jogos didáticos, brincadeiras,
cantigas de roda, contação de histórias e muitas outras técnicas. É um trabalho
mais árduo para o docente mas, dará melhores resultados a longo prazo. A ação de brincar é função essencial
para o desenvolvimento infantil, fazendo parte da condição humana. Nesse
aspecto especificamos situações nas quais as brincadeiras estimulam o
desenvolvimento emocional, cognitivo, social e motor, oportunizando a passagem
por etapas do desenvolvimento de suas potencialidades, proporcionando melhorias
nas aptidões físicas e mentais, levando-as a estabelecer relações e buscar
soluções para conflitos sociais e pessoais. Os objetivos desse trabalho é
verificar a importância do brincar em grupos e individualmente para formação da
personalidade da criança; ressaltar a importância de brincar na educação
infantil como fator essencial para o desenvolvimento e aprendizagem da criança;
enfatizar sobre a necessidade do estímulo, monitoramento e participação dos
pais e professores nas brincadeiras realizadas nessa idade; e por fim, como
objetivo geral analisar de que modo o brincar é necessário para o
desenvolvimento global da criança na educação infantil. Os resultados da
pesquisa se dará através do procedimento de pesquisa bibliográfica sobre as
brincadeiras e sua relevância como recurso pedagógico e análise qualitativa e
quantitativa de dados, coletados junto aos pais e educadores, possuindo como
método de abordagem o hipotético dedutivo. Constatou-se que parte da sociedade
desconhece o valor das brincadeiras acreditando que sua função é meramente
recreativa, sendo assim, supõe-se que para muitos, as instituições de ensino
devem priorizar as atividades escritas e por consequência não consideram
significante o espaço e tempo direcionado a ludicidade. Evidenciou que alguns
educadores não possuem aprimoramento sobre o assunto, fato que impede a
execução das atividades lúdicas de forma significativa, tornando-as mecanizadas
e executadas deliberadamente e sem relevância. Conclui-se que, é essencial
aprimorar as metodologias aplicadas no cotidiano da educação infantil, pois o
brincar é indispensável para formação do caráter, identidade e funções mentais
e motoras, devendo ser planejado para atender as crianças de acordo com a faixa
etária, respeitando os limites intrínsecos a cada indivíduo. É fundamental que
a escola arque com o papel de promover conhecimento aos pais através de
palestras e encontros, a fim de informar e esclarecer dúvidas sobre a
importância que as brincadeiras possuem, devendo as famílias e instituições de
educação infantil constituir um relacionamento de parceria para que a educação
aconteça.
Palavras-chave: educação infantil, desenvolvimento
psicomotor, brincadeiras dirigidas.
Introdução
A educação infantil é muito idealizada como
o começo da vida escolar de uma criança, mas o sistema público e até mesmo o
privado, está longe de suprir essas expectativas, não como crianças, mas como
pequenos seres humanos em formação, que precisam aprender dentro da sua área de
conhecimento, passando primeiramente pelo brincar para depois obter consciência
do que foi aprendido e como ele irá utilizá-lo posteriormente, ou na próxima
fase de seu crescimento, a utilização da escrita como forma de comunicação do
mesmo.
Os
jogos são instrumentos lúdicos de aprendizagem que, de forma agradável e
eficaz, proporcionam velocidade no processo de mudança de comportamento e
aquisição de novos conhecimentos. Aprender jogando pode ser a maneira
prazerosa, segura e atualizada de ensinar. Não se deve negar que a escola tenha
também o seu lado sério, o problema é a forma pela qual ela interage com as
crianças. O fato de apresentar-se séria, não quer dizer que a escola precisa
ser rigorosa, mas que consiga penetrar no mundo infantil para, a partir desse
ponto, desempenhar a sua real função: a formação afetiva intelectual.
É necessário que a escola
valorize a seriedade na busca do conhecimento, resgatando o lúdico. Demonstrar
a importância da inserção de jogos lúdicos como um modelo prático de vivência e
consciência, visa uma melhor prática no desenvolvimento da criança no âmbito
educacional. Em contato com brincadeiras diferenciadas, a criança será
oportunizada a passar pelas etapas do desenvolvimento de suas potencialidades,
proporcionando melhorias nas aptidões físicas e mentais, estimulando sua
imaginação, auto expressão, levando-as a estabelecer relações e buscar soluções
para conflitos sociais e pessoais. A brincadeira é uma atividade inerente ao
ser humano e essencial na infância por estar presente em tudo que a criança
faz. Desde o nascimento, o bebê estabelece uma relação lúdica com tudo que o
cerca. Os pais estimulam seus sentidos quando brincam com ele e, com o passar
dos meses, a criança aprende a brincar com as mãos, pés e se interessar por
objetos diversos que atraem sua atenção.
Com o crescimento, suas
habilidades são ampliadas e ela começa a brincar sozinha progredindo para
brincadeiras em grupos. A ação lúdica desempenha uma função socializadora,
integrando a criança ao contexto da sociedade em que está inserida pois, é
através das experiências e contato direto com o mundo e suas modificações, que
o conhecimento é adquirido e aperfeiçoado, Macedo (2005, p. 16) cita que
―Valorizar o lúdico nos processos de aprendizagem significa, entre outras
coisas, considerá-lo na perspectiva das crianças. Para elas, apenas o que é
lúdico faz sentido‖. Segundo Piaget (2001) em cada período da vida o brincar
acontece de um jeito e se adequa à faixa etária específica auxiliando no
desenvolvimento necessário para aquela etapa.
A criança de 03 a 04 anos
está passando pela primeira infância, ou seja, Período Pré-operatório, fase em
que o desenvolvimento mental é aprimorado por meio da interiorização da palavra
com a formação do pensamento e interiorização da ação. Para a criança nessa
faixa etária na educação infantil, o jogo simbólico está em ênfase, sendo eles
desenvolvidos por meio da curiosidade, imaginação e experiências, onde o
indivíduo começa sua formação intrínseca. Nesse contexto, essa pesquisa vem ao
encontro de desvendar como o ato lúdico não deve ser visto apenas como uma
recreação, mas sim uma condição essencial para potencializar o desenvolvimento
infantil.
Com as brincadeiras, a criança torna-se capaz
de explorar e refletir sobre a realidade em que estão inseridas, buscando
soluções e hipóteses para possíveis conflitos e questionando algumas regras, incorporando
valores, apropriando-se de diversas linguagens corporais, promovendo a
autoimagem, autoestima e conduzindo a imaginação e criatividade, permitindo
assim a constituição de um pensamento crítico e uma visão ampla, auxiliando na
formação de um cidadão com conduta social apta para as necessidades de uma
sociedade que se encontra em constante modificação. Tem como objetivos
investigar qual a importância do brincar para o desenvolvimento global da
criança; ressaltar a importância de brincar na educação infantil como fator
essencial para o desenvolvimento e aprendizagem; enfatizar sobre a necessidade
do estímulo, monitoramento e participação dos pais e professores nas
brincadeiras realizadas e analisar as brincadeiras em grupos e individualmente
para formação da personalidade da criança nessa faixa etária. O procedimento
utilizado foi por meio do estudo exploratório, bibliográfico, junto à coleta de
dados tratados estatisticamente com análise qualitativa e quantitativa e método
de abordagem hipotético dedutivo. Nas instituições de educação infantil, os
jogos e brincadeiras são muito importantes para o aprendizado, pois atividades
interessantes prendem a atenção dos alunos e auxilia o professor na troca de
conhecimentos, facilitando assim a formação e aperfeiçoamento de suas
habilidades. Jogos e brincadeiras são práticas significativas que envolvem e
estimulam, nas quais o sujeito busca um prazer e não um aprendizado, este surge
devido às habilidades e complexidade da dimensão lúdica que atingem, sendo os jogos
compostos por regras, com objetivo predefinido e o brincar um ato rico em
autonomia, ideias, pensamentos, imaginação, criatividade, interação, movimento,
enfim, um mundo lúdico e único de cada criança.
1. Referencial teórico
A
educação lúdica sempre esteve presente em todas as épocas entre os povos e
estudiosos, sendo de grande importância no desenvolvimento do ser humano na
educação infantil e na sociedade. Os jogos e brinquedos sempre fizeram parte do
desenvolvimento do ser humano desde a antiguidade, mas nos dias de hoje a visão
sobre o lúdico é diferente. Implicam-se o seu uso e em diferentes estratégias
em torno da prática no cotidiano.
De acordo com Vygotsky (1987) citado por
(SILVA e SANTOS, 2009, p.17):
O brincar é uma
atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem
na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação
pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com
outros sujeitos, crianças e adultos.
Diante disso,
a escola precisa se dar conta que, através do lúdico, as crianças têm chances
de crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo. O lúdico deve ser considerado
como parte integrante da vida do homem não só no aspecto de divertimento ou
como forma de descarregar tensões, mas também como uma forma de penetrar no
âmbito da realidade, inclusive na realidade social.
O sentido
real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantindo se o educador
estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver um profundo
conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação lúdica, condições
suficientes para socializar o conhecimento e predisposição para levar isso
adiante (ALMEIDA, 2000, p.63)
Por
meio de uma brincadeira de criança, pode-se compreender como ela vê e constrói
o mundo, como ela gostaria que ele fosse, quais as suas preocupações e que
problemas a estão assediando. Pela brincadeira, ela expressa o que tem
dificuldade de traduzir em palavras. Nenhuma criança brinca espontaneamente só
para passar o tempo, embora ela e os adultos que a observam possam pensar
assim. Mesmo quando participa de uma brincadeira, em parte para preencher
momentos vagos, sua escolha é motivada por processos internos, desejos, problemas,
ansiedades. O que se passa na mente da criança determina suas atividades
lúdicas; Brincar é sua linguagem secreta, deve-se respeitar mesmo que não
entenda.
No brincar a criança está sempre acima de sua
idade média, acima de seu comportamento diário. Assim, na brincadeira de
faz-de-conta, as crianças manifestam certas habilidades que não seriam
esperadas para sua idade. Nesse sentido, a aprendizagem cria a zona de
desenvolvimento proximal, ou seja, a aprendizagem desperta vários processos internos
de desenvolvimento. Deste ponto de vista, aprendizagem não é desenvolvimento;
entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento
mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra
forma, seriam impossíveis de acontecer (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2002, p. 132).
“O jogo permite a expressão ludocriativa,
podendo abrir novas perspectivas do uso dos códigos simbólicos. Mas, para que
estas ideias se consolidem, é importantíssimo compreender os diferentes estágios
de desenvolvimento mental infantil e adequar os brinquedos às potencialidades
das crianças e, sobretudo, buscar diversificá-los com o objetivo de explorar
novas inteligências e áreas ainda não desenvolvidas”. (Faculdade de Campina
Grande do Sul – FACSUL, janeiro de 2016)
É enorme a
influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a
criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de agir numa esfera
visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por
incentivos fornecidos por objetos externos (Vygotsky 1989, p 109)
As brincadeiras que são
oferecidas à criança devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que
ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a importância do professor
conhecer a teoria de Vygotsky (1989). No
processo da educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois
é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das
brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.
“A desvalorização do
movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento estruturado
e formalizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como
forma rica e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança. É
urgente e necessário que, o professor procure ampliar cada vez mais as
vivências da criança com o ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com
outras crianças.
Pelo
ato de brincar, a criança pode desenvolver a confiança em si mesma, sua
imaginação, a autoestima, o autocontrole, a cooperação e a criatividade, o
brinquedo revela o seu mundo interior e leva ao aprender fazendo. A escola que
respeitar este conhecimento de mundo prévio da criança e compreender o processo
pelo qual a criança passa até alfabetizar-se, propiciando-lhe enfrentar e
entender com maior tranquilidade e sabor os primeiros anos escolares poderá ser
considerado um verdadeiro ambiente de aprendizagem. ” Faculdade de Campina
Grande do Sul – FACSUL, janeiro de 2016)
2. METODOLOGIA
O
projeto de intervenção é uma atividade constituída para identificar o problema,
transformando uma ideia em ação, definindo a análise e assim tentar
solucioná-lo. Sendo assim, após o levantamento do problema, o projeto de
intervenção é indicado para realização das necessidades de um método de
aprendizagem defendido por diversos autores e com adeptos por todo o sistema.
Sendo uma ação social que trata
métodos que já são utilizados por algumas escolas públicas e particulares, a
abrangência de método aprendendo brincado, deve e pode ser usado em todos os
ambientes escolares, públicos ou não.
O
projeto de intervenção foi realizado na escola municipal Vander de Abreu
Faustino, na região de Areias. A escola tem como entidade mantenedora a
Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves e a Secretaria Municipal de
Educação, que é responsável pelo suporte técnico e pedagógico.
A escola começou a funcionar na associação metodista em junho
de 2000, suas instalacões em sede propria foi em março de 2009, batizada com o
nome de Vander de Abreu Faustino. A instituição atende
os alunos na seguinte divisão: Berçário “A” com doze crianças, com idade de um ano
até um ano e seis meses; Berçário “B” com vinte alunos, com idade de um e seis
meses até dois anos; maternal com vinte e dois alunos, com idade de dois anos a
três anos; Jardim “A” com vinte alunos e Jardim “B” com dezoito alunos, com
idade de três anos. Sete salas de pré-escola, com alunos de 4 e 5 anos,
acessando noventa e dois alunos, nessa contagem já abrangem alunos da inclusão
escolar. Os alunos inclusos possuem as seguintes necessidades educacionais
especiais: deficiências físicas, síndrome de Down, abstinência de casos com
drogas e alcoolismo.
Desenvolver
ações na perspectiva de que, para haver aprendizagem é preciso organizar um
currículo aberto, flexível e que seja significativo para as crianças e demais
pessoas envolvidas no processo educativo. As ações da proposta pedagógica de
projetos, pois estes abrem mais possibilidades para que as crianças possam
aprender os diferentes conhecimentos construídos pela humanidade de modo
relacional e não linear. Incentivando-as a refletir, analisar, observar, ser
pesquisador, mediante experiências e vivências significativas que instigam sua
curiosidade, além de outras atividades que sejam relevantes no desenvolvimento
e aprendizagem.
Projeto de intervenção será desenvolvido nas
sete turmas da pré-escola, focando a atenção,
especial às brincadeiras da época quando os pais das crianças eram pequenos,
trazendo-as ao cotidiano dos alunos, para que possam fazer parte de seu rol de
brincadeiras diárias, pois acreditar que “a
criança que joga desenvolve suas percepções, sua inteligência, suas tendências
à experimentação, seus instintos sociais. ”
Brincando
e jogando, a criança aplica seus esquemas mentais à realidade que a cerca.
“Jogar contribui para a formação intelectual da criança, para a construção do
pensamento formal capaz de manipular o raciocínio” (PIAGET 1971, p. 89). Durante
o projeto as crianças teriam oportunidade de participar de diferentes situações
de aprendizado, num processo ativo de construção de significados, expressando-se
por meio do desenho livre, da fala, do movimento, da linguagem corporal, gestual,
musical, jogo e do próprio brincar, experimentando diversas vivências e
sensações e aos poucos apropriando-se da cultura, por meio de situações
significativas, tais como:
· Roda de conversa com os pais
informando sobre o projeto a fim de que participem do trabalho junto com a
criança;
· Rodas de conversas diárias para
incentivo á oralidade e socialização de informações.
· Diálogo com as crianças descobrindo
seus jogos e brincadeiras preferidas.
· Conversa com os pais das crianças
resgatando as brincadeiras que eles mais gostavam de brincar quando crianças.
· Confecção domiciliar com os pais para
o desenvolvimento do brinquedo que eles mais gostavam de brincar quando tinham
a idade dos filhos.
· Oficina de confecção de brinquedos
com sucatas.
· Debates com profissionais de Educação
Física sobre o desenvolvimento das brincadeiras e como foram aplicadas no
grupo, explicando junto com as crianças as regras das mesmas.
· Confecção de um baú com brinquedos
mais antigos para brincar paralelamente aos brinquedos que as crianças brincam
no dia-a-dia.
· O registro das atividades será realizado
sob a forma de: desenhos, painéis, fotos, portfólio de atividades das crianças.
Esse
projeto optou pelo o pesquisa-ação, pois o mesmo pressupõe uma forma de ação
planejada, de caráter social, educacional, técnico entre outros. Dessa
interação é uma boa educação a próxima geração, abrangente o bastante para dar frutos futuramente.
Para que o projeto de intervenção,
algumas ações de infraestrutura são necessárias junto a administração escolar.
Estas ações estão descritas no Quadro (3.1).
Quadro 3.1 –
Ações de infraestrutura para viabilizar o projeto de intervenção
Projeto:
Aprendendo brincando |
||||
Data:
01/07/2018 |
Responsável:
prefeitura municipal |
|||
Atividade |
Resultado
esperado |
Quem |
Quando |
R$ |
Reforma
da quadra escolar |
Cobertura
e colocação de piso fino |
Prefeitura |
01/07 |
5,000,00 |
Compra
de armários para guardar os materiais pedagógicos |
Guardar
os brinquedos didáticos em ordem |
Prefeitura/
marceneiro/equipe /pedagógica |
01/11 |
6,500,00 |
Brinquedos
e materiais pedagógicos |
Compra
dos materiais necessários |
Prefeitura |
01/12 |
10,000,00 |
O quando 3.2 mostra o cronograma de
execução das ações para viabilizar o projeto:
Quadro 3.2 Cronograma de Execução do
Projeto de Intervenção.
Ação |
Responsável |
Quando |
Enviando
ofício para pedir as melhorias (pavimentação da quadra, materiais para
confecção dos armários e brinquedos pedagógicos) |
Chefia
imediata/diretor escolar |
01/06 |
Começo
da obra de reforma da quadra |
Prefeitura |
01/07 |
Instalação
dos armários |
Prefeitura/marceneiro |
10/11 |
Entrega
da verba para compra dos materiais e os brinquedo pedagógico |
Prefeitura/escola/chefia
imediata |
11/12 |
3. RESULTADOS e
discussões
O presente trabalho está
em andamento em uma escola de educação infantil da rede municipal da cidade de
Ribeirão das Neves - MG, onde serão analisados e discutidos os dados coletados
através da aplicação de questionários fechados com os professores da referida
instituição escolar. Quando questionadas sobre os conhecimentos teóricos sobre
o tema brincar os professores em sua totalidade afirmaram ter conhecimento
teórico sobre o tema, mas foram apresentadas respostas diferentes, alguns
conceituando brincadeira apenas como “diversão”. Para as crianças o brincar
deve ser encarado com seriedade, considerando-a como algo que está para além da
diversão e a escola, nesse sentindo, torna-se um dos espaços mais importantes
para a promoção dessas vivências e do resgate da cultura lúdica que vem sendo
perdida ao longo dos tempos.
Na questão sobre a
importância do brincar em sala de aula e sua relação com a aprendizagem todos
os professores acreditam ser a brincadeira um instrumento importante para o
desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, além de serem utilizadas como
instrumento avaliativo, no entanto, notou-se que uma das educadoras parece
conhecer melhor o papel do brincar em sala de aula quando diz que a criança é
colocada em diversas situações e assim se tornam mais encorajadas o que leva a
uma melhor aprendizagem. Quando questionados sobre a integração do brincar no
planejamento dentro da prática docente, os professores afirmam que as integram,
porém o fazem de forma a utiliza-lo apenas como um meio e não como um fim em si
próprio. Ou seja, em sua maioria os professores utilizam as brincadeiras apenas
como um instrumento facilitador da aprendizagem dos conteúdos próprios à
alfabetização.
O brincar em si não ocupa
um lugar de destaque. Na pergunta: “Você defende as brincadeiras em sala de
aula como recurso pedagógico a serem utilizadas? ” Os professores apoiam a
utilização das brincadeiras no ambiente escolar e sentem que estes momentos
trazem diversão e aprendizagem tanto para as crianças quanto para os próprios
professores. Ao serem questionados sobre “De que forma você utiliza o brinquedo
e/ou brincadeiras como atividade” os professores afirmaram que quando o brincar
é utilizado em sala de aula, em sua maioria serve apenas como uma ponte para a
absorção do conteúdo trabalhado. Os professores podem usar o brincar a favor da
educação, devendo estimular as atividades lúdicas em sala de aula, mas não de
forma imposta, pois dessa forma não estariam atingindo o objetivo de favorecer
o desenvolvimento das crianças.
A esperança de todo esse
trabalho é vencer as barreiras entre o brincar dirigido com professores que
estão estagnados, não estando abertos as inovações das propostas nesse projeto
e mudar o estigma que encontra –se dentro do convívio comum em sala de aula
convencional.
.
4. ConsideraçÕes finais
O projeto busca apresentar
uma forma diferenciada de trabalho para professores, alunos e todo o corpo
docente, inovando a visão de escola infantil, preparando o campo de ensino
tanto para novo aprendizado do aluno e abertura de um leque de possibilidades
de atividades a serem desenvolvidas no âmbito escolar. O suporte necessário
para o desenvolvimento do projeto apoia-se no pedagogo responsável da escola e
diretores ou chefia imediata.
No decurso do processo
busca-se colher as opiniões dos educadores, bem como observar o contexto
escolar, espaço onde ocorre na prática um conjunto de ações educativas, entre
elas, o Brincar. Para alcançar os objetivos propostos será preciso coletar
respostas dos educadores através da aplicação de questionários fechados e a
observação da rotina nas salas de aula. É preciso acabar com a visão distorcida
sobre o papel do brincar na escola, principalmente para aqueles que acreditam
que só se adquire conhecimentos diante de um professor, de um quadro e das
tarefas tradicionais.
O brincar é uma forma de
comunicação, é por meio destas brincadeiras que as crianças desenvolvem no seu
dia-a-dia, valorizar o lúdico durante o processo de alfabetização significa
considerar as perspectivas da criança sendo vividas em sala de aula como a
continuação da educação familiar, introduzindo os conteúdos escolares
suavemente.
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